Na noite desta quarta-feira (17) a Diocese de Uruaçu celebrou os 17 anos da Dedicação da sua Igreja Mãe, a Catedral Imaculado Coração de Maria, em Uruaçu. A celebração de Dedicação é o ato de oferecer e consagrar o templo como espaço sagrado para o culto a Deus. É motivo de festa porque nos lembra que junto com a consagração de um templo de pedra, todos nós somos consagrados como pedras vivas da Igreja e somos templos do Espírito Santo. Presidiu a Missa, o Administrador Diocesano, Pe. Francisco Agamenilton Damascena. Concelebraram com ele o pároco da Paróquia Sant’Ana e bispo nomeado para a Diocese de Ipameri, Mons. José Francisco Rodrigues do Rêgo; e o vigário paroquial, Pe. Raynner Leonardo.

Muitos fiéis participaram desta bonita celebração que é importante para toda a Igreja particular de Uruaçu, conforme lembrou em sua homilia Pe. Francisco Agamenilton. “É o dia da Dedicação desta Catedral, é uma solenidade. É um dia muito abençoado e a bênção de Deus se estende por toda a diocese a partir desta Igreja Mãe. Hoje celebramos 17 anos da sua Dedicação, que foi em 2002”, afirmou.

Pe. Agamenilton perguntou aos presentes quem participou daquela celebração há 17 anos e alguns fiéis ergueram as mãos. “Somos as testemunhas daquele dia bonito, muitos de nós nunca tínhamos visto aquilo na vida. Dom José Chaves era o bispo diocesano e Pe. Antônio Teixeira era o pároco. Me impressionou muito aquele momento da unção do altar e depois pusemos o incenso em cima do altar e aquela fumaça subiu. Foi um dia de bênçãos essa Igreja tão bela construída com tanto esforço por vocês, avós, pais de vocês, nossos antepassados e faltava aquele momento importante, sagrado, da Dedicação desta Igreja Catedral”, recordou.

Ele também explicou o sentido da sagração de uma igreja de pedra para todo o povo de Deus. “Fazer o que foi feito há 17 anos é separar para Deus este terreno, este espaço porque nós não somos anjos, não somos puros espíritos, somos carne e osso também e sendo assim estamos profundamente ligados à terra, profundamente ligados à matéria. E por isso nós precisamos de espaços para vivermos, realizar nossos sonhos e rezar. Então este espaço físico é Dedicado a Deus. Um espaço santo, marcado pela unção, pelo Espírito Santo. Este espaço é para nós rezarmos como povo de Deus, principalmente celebrarmos os sacramentos que nos abrem para o amor ao próximo”.

Cristo é o verdadeiro Templo de Deus
Ao refletir sobre o Evangelho (Jo 2,13-22) episódio em que Jesus expulsou os vendedores do Templo, e o mesmo em que ele promete derrubar e construir o Templo em três dias, Pe. Agamenilton disse que “Jesus sinaliza e instaura um novo culto, uma novidade, um novo jeito de oferecer a Deus sacrifícios. Não mais de animais: porcos, cabras, vacas, etc. Mas principalmente a oferta de si mesmo a Deus, o novo culto. E ele é o primeiro a celebrar o novo culto da nova e eterna aliança quando em pessoa se entrega ao Pai. Esse é o novo culto, a nova oferta que agrada a Deus. A oferta de si mesmo. Isso é muito mais louvável do que as ofertas, do que o dízimo, nos entregar como hóstias vivas – já dizia São Paulo”.
Com relação a derrubar e erguer o Templo, o presidente da celebração explicou que Jesus falava dele mesmo. “Cristo é o Templo de Deus, de modo que essa igreja física se refere ao verdadeiro Templo que é Jesus, o filho do Pai. A unção desse Templo recorda principalmente Jesus ungido do Pai de modo que o nosso respeito e zelo, amor pela igreja física deve antes de tudo ser um amor a Jesus, eis a novidade. Então aproveitando essa ocasião providencial da renovação desse Templo físico Catedral pensamos neste novo: Jesus, o templo de Deus. Daí é muito saudável, é muito bom, é questão vital viver em Cristo, pois Cristo é o Templo e casa do Pai, viver em Cristo, por Cristo e com Cristo é viver com Deus, por Deus e em Deus. Não podemos abrir mão da nossa união com Jesus Cristo, pois unir-se a ele é unir-se ao Pai, habitar o coração de Cristo é habitar o coração de Deus”.

“Cristo é o Templo de Deus, de modo que essa igreja física se refere ao verdadeiro Templo que é Jesus, o filho do Pai”.

A Catedral reformada recentemente é motivo de alegria também e Pe. Agamenilton parabenizou o pároco, Mons. José Francisco pelo pastoreio e empenho junto com toda a comunidade paroquial. Ele comentou que o embelezamento da “igreja de pedra” deve levar ao embelezamento de cada cristão. “Cada um é casa de Deus, é Igreja. Então seria muito bom que tudo aquilo que a gente faz para embelezar uma igreja correspondesse ao embelezamento de mim, Igreja. Aqui eu já estou me inspirando em Santo Agostinho. Tudo de belo que fazemos na igreja física deveria corresponder ao que faço em mim templo de Deus”.

Ao fim da celebração, Mons. José Francisco lembrou o falecimento de uma paroquiana, Dona Francisca e confortou os familiares. Ele convidou também toda a comunidade para participar da Festa da Padroeira da Paróquia Sant’Ana, que começa nesta sexta-feira, 19 e segue até o dia 28 de julho. A exposição do Santíssimo será sempre às 18h, as novenas às 18h30 e a Santa Missa às 19h. No dia 26, a exposição do Santíssimo será o dia inteiro e a Missa às 19h.

A comunidade encerrou a Santa Missa Solene com a bênção final e logo após com o canto: “A nossa Igreja será abençoada porque o Senhor vai derramar o seu amor”.

Leia homilia na íntegra, abaixo

Homilia – Santa Missa Solene – 17 anos da Dedicação da Catedral Imaculado Coração de Maria – Pe. Francisco Agamenilton Damascena

Hoje é um dia muito importante para a Diocese de Uruaçu. É o dia da Dedicação desta Catedral, é uma solenidade. É um dia muito abençoado e a bênção de Deus se estende por toda a diocese a partir desta igreja mãe. Hoje celebramos 17 anos da sua Dedicação que foi em 2002. Quem estava como eu nesta celebração? Somos as testemunhas daquele dia bonito, muitos de nós nunca tínhamos visto aquilo na vida. Dom José Chaves era o bispo diocesano e Pe. Antônio Teixeira era o pároco. Me impressionou muito aquele momento da unção do altar e depois pusemos o incenso em cima do altar e aquela fumaça subiu.
Foi um dia de bênçãos essa Igreja tão bela construída com tanto esforço por vocês, avós, pais de vocês, nossos antepassados e faltava aquele momento importante, sagrado, da dedicação desta Igreja Catedral.

Fazer o que foi feito há 17 anos é separar para Deus este terreno, este espaço, porque nós não somos anjos. Não somos puros espíritos, somos carne e osso também e sendo assim nós estamos profundamente ligados à terra, profundamente ligados à matéria. E por isso nós precisamos de espaços para vivermos, realizar nossos sonhos e rezar. Então este espaço físico é Dedicado a Deus. Um espaço santo, marcado pela unção, pelo Espírito Santo. Este espaço é para nós rezarmos, principalmente como povo de Deus. Esse espaço sagrado, separado, santo de Deus é para nós principalmente celebrarmos a Eucaristia e os batizados. Celebrar os sacramentos que nos abrem ao amor ao próximo. Celebrar principalmente neste lugar sagrado o nosso culto a Deus, celebrar a nossa Páscoa, morte e ressurreição de Jesus. Esse culto que nos abre para o outro, para a missão que foi por primeiro confiada a Jesus, enviada do Pai e que por segundo confiou aos 12 apóstolos colunas da Igreja e desses apóstolos até chegar a nós demais batizados. Então é isso a Dedicação da Igreja. Todo ano fazemos memória deste dia, dessa graça e assim recordamos algumas coisas importantes para a nossa vida cristã.

É providencial os 17 anos da Catedral Dedicada coincidir com o empenho, a ação paroquial tão bela, a ação de vocês paroquianos de Sant’Ana coordenados pelo pároco levar adiante a reforma da Catedral, o embelezamento do templo e já concluída essa obra de renovação, hoje estarmos celebrando a festa da Dedicação porque nos fazem pensar algumas coisas interessantes e importantes da nossa vida cristã. Nós vimos Jesus entrar no Templo com o chicote expulsar os vendedores do Templo, cambistas, os animais que eram mortos para o sacrifício com aquele gesto bem violento que não é típico de Jesus, em que ele expulsa as pessoas do Templo. Jesus sinaliza um novo culto, uma novidade, instaura um novo culto, um novo jeito de oferecer a Deus sacrifícios. Não mais de animais, os porcos, cabras, vacas, etc, mas principalmente a oferta de si mesmo a Deus, o novo culto e ele é o primeiro a celebrar o novo culto da nova e eterna aliança quando em pessoa se entrega ao Pai. Isso é muito mais louvável do que as ofertas, do que o dízimo porque o culto que agrada a Deus é a nossa entrega como hóstias vivas – já dizia São Paulo.

A Dedicação da Catedral agora renovada, uma nova igreja, pensemos nesta novidade cristã. O que você oferece a Deus? Orações, louvores, adoração, as esmolas, as ofertas. Mas o que mais agrada é nossa entrega a Deus, a nossa vida, como Jesus. Mas tem uma outra parte, uma outra novidade, a igreja nova, bela, parabéns pelo trabalho. Deus merece, a casa de Deus merece. Parabéns ao Mons. José Francisco pelo pastoreio e todos vocês pela obra. Tem uma segunda novidade neste evangelho. Depois que Jesus expulsou ele fez toda aquela coisa, falou de destruir o Templo e em três dias levantá-lo. Jesus foi ofensivo e aquelas pessoas tinham o Templo como que existia de mais sagrado. E ele falou de três dias levantar esse Templo, outra novidade. De que Jesus estava falando? Dele mesmo. Neste mesmo evangelho dessa missa aparece duas vezes a palavra lembrar. Depois que Jesus expulsou as pessoas do Templo, João ao escrever diz que depois eles se lembraram que estava se referindo ao seu corpo, a ressurreição, de modo que com o evento Jesus morto e ressuscitado não se pensa Igreja antes de tudo como corpo de Cristo. O verdadeiro Templo. Cristo é o Templo de Deus, de modo que essa igreja física se refere ao verdadeiro Templo que é Jesus o filho do Pai. A unção desse templo recorda principalmente Jesus ungido do Pai. O nosso respeito e zelo, amor pela igreja física deve antes de tudo ser um amor a Jesus. Eis a novidade. Então aproveitando essa ocasião providencial da renovação desse templo física Catedral, pensar neste novo: Jesus é o Templo de Deus.

É muito saudável, é muito bom, é questão vital viver em Cristo, pois Cristo é o Templo e casa do Pai. Viver em Cristo, por Cristo e com Cristo é viver com Deus, por Deus e em Deus, por isso não se abre mão da nossa união com Jesus Cristo, pois unir-se a ele é unir-se ao Pai, habitar o coração de Cristo é habitar o coração de Deus. Jesus o templo, o verbo que se fez carne e habitou entre nós. Pensar a Igreja é penar Jesus Cristo. Não tem sentido falar de Igreja sem falar de Jesus ou falar de Jesus sem falar de Igreja. Vão juntos como cabeça e corpo, vão juntos e separá-los é uma coisa estranha que causa medo, há algo faltando. Tanto é que São Paulo falou da Igreja como corpo místico de Cristo. Cristo é a cabeça e nós somos o corpo. Aqui está então esta outra novidade. Pensar na Igreja é pensar Jesus Cristo, mas podemos dar um outro passo nesta solenidade da Dedicação da Igreja Catedral da Diocese de Uruaçu. Cristo é o Templo de Deus e nós somos cristãos, nós vivemos em Cristo, então de certo modo nós também somos Templos de Deus pela graça do batismo. São Paulo nos recordou: vós sabeis que sois templos onde habita o Espírito santo de Deus. Onde mora o cálice bento, onde mora a hóstia consagrada? Está lá naquela caixinha que é o sacrário. Mas qual é a casa, templo de Deus? Cada cristão batizado, crismado ungido por Deus através de seus ministros. Cada um é casa de Deus, é Igreja. Então seria muito bom que tudo aquilo que a gente faz para embelezar uma igreja correspondesse ao embelezamento de mim, Igreja. Aqui eu já estou me inspirando em Santo Agostinho. Tudo de belo que fazemos na Igreja física deveria corresponder ao que faço em mim templo de Deus.

“Cada um é casa de Deus, é Igreja. Então seria muito bom que tudo aquilo que a gente faz para embelezar uma igreja correspondesse ao embelezamento de mim, Igreja”.

Aproveitemos esse tempo de graça. Estamos para começar a novena da Padroeira desta paróquia, tempo propício para nos embelezarmos. Não somente a Igreja física ficar bonita, mas eu também ficar bonito. Não somente o pintar, lixar, arrancar alguma coisa para ficar bonito nesta igreja, mas na paralela eu também. Vamos aproveitar a graça da novena de Sant’Ana para mexer aqui dentro. O que preciso reformar, lixar, descascar? Dói, mas dói mesmo. As coisas boas não vêm de mão beijada, de graça. O que é bom dói mesmo. Uma criança quando nasce não vem sem dor. Mas que beleza, que fofura, que coisa mais divina, que gracinha, mas a mãe sentiu dor.

Seria esquisito, para não dizer estranho e horrível, uma igreja tão bonita, uma igreja bela, mas os humanos, igrejas vivas, templos vivos continuarmos feios. Precisamos reformar e aqui neste lugar físico encontramos a palavra de Deus, os sacramentos, o batismo, a confissão, as orações, Jesus sacramentado, encontramos os remédios, a tintura, o cimento, a areia, a pá, o que for preciso para fazer a reforma de nós mesmos. Não seria estranho, para não dizer horrível nós templos de Deus feios enquanto a igreja de pedra está reformada. Precisamos também de reforma, pintura. Aí sim que belo. Então não somente será essa igreja física bela a atrair as pessoas para tirar uma foto e quem sabe, Deus usa de tantas desculpas. As pessoas vêm tirar fotos e acabam entrando na igreja e vendo uma comunidade tão bela, acolhedora, tão cheia de caridade que nasce da abertura gerada do encontro com Jesus na eucaristia. A pessoa pode vir atraída pela beleza da Catedral no seu estilo moçarábico e entra. E aí já não é mais a arquitetura, a simetria, os aspectos e contornos, os lustres, mas a comunidade viva, as pedras vivas que querem atrair as pessoas para Deus. Essas duas belezas atraem para Deus como um dia nós fomos atraídos pelo testemunho de alguém, de um santo. É um caminho, é a conversão, é o povo de Deus em marcha de sol em sol, lua em lua, festa em festa, nesta luta contínua de permitir que o Espírito Santo continuamente faça essas reformas em nós. Embelezamos o Templo e essa beleza por si acaba atraindo as pessoas para Deus e aí nós vamos ter outras pessoas aqui dentro que irão crer em Deus não porque a apanhamos com o laço, mas porque elas se sentiram atraídas pela beleza dos templos vivos e também dessa igreja tão bela como já é chamada cartão postal da cidade de Uruaçu.

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Créditos: José Tomaz França/Pascom Paróquia Sant’Ana