Retrospectiva 2021: Mobilizações, incidência e articulação – o ano da Comissão Especial para a Amazônia

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A Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é a expressão do compromisso missionário e fraterno de toda a Igreja do Brasil com as 57 dioceses que compõem a Amazônia Legal Brasileira. Sempre na busca de novos caminhos para a Evangelização e na defesa da ecologia integral. Neste ano de 2021, novamente marcaram sua atuação as mobilizações, a incidência e a articulação com as forças da Igreja e da sociedade em defesa da criação e dos povos na região.

Encontro dos bispos

Em maio, no dias 18 e 19, a Comissão para a Amazônia e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) realizaram um encontro com os  bispos da Amazônia Legal. Na ocasião, os cerca de 90 participantes contaram com uma reflexão do cardeal Michael Czerny sobre os caminhos relacionados ao Sínodo para a Amazônia. O encontro, promovido de forma virtual, quis ajudar a vislumbrar possibilidades de continuar a construir os novos caminhos propostos pelo Sínodo para a Amazônia e de tornar realidade os sonhos do Papa Francisco na exortação pós-sinodal Querida Amazônia.

Ao final do encontro, foi divulgada uma carta aprovada pelos bispos da Amazônia, que se dirigiram ao povo brasileiro “diante às ameaças a toda casa comum e, especialmente, ao bioma amazônico”. No texto, os bispos afirmam que se sentem “sensibilizados pela situação de vulnerabilidade e ameaças que sofre toda casa comum, agravada pela pandemia da Covid-19, e pelo acirramento das disputas territoriais com expansão das atividades minerais e do agronegócio em terras de populações tradicionais”. Na mensagem, os bispos ressaltam que o cenário político indigenista vivido no Brasil é de “retrocesso” e que a “crise socioambiental, denunciada em 2019 durante o Sínodo, acentuou-se durante a pandemia”.

As reflexões do encontro viraram uma publicação disponibilizada em junho deste ano. Confira aqui a publicação sobre o Encontro dos Bispos da Amazônia.

 

Ministérios

Em agosto, a Comissão para a Amazônia divulgou uma carta motivando a criação de escolas para vocacionados a ministérios nas dioceses e prelazias da Amazônia. O texto, assinado pelo presidente da Comissão, cardeal Cláudio Hummes, e pelo secretário, dom Erwin Kräutler, parte da experiência da diocese de Caxias do Maranhão (MA), que abriu a Escola Diocesana São Justino de Roma.

 

Incidência política

Em outubro, um novo encontro entre os bispos da Amazônia brasileira. Dessa vez, para aprofundar as reflexões sobre incidência política e estratégias de posicionamento para garantir a proteção da Amazônia e seus povos e da Casa Comum. O evento foi organizado pela Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB e pela REPAM-Brasil. 

 

Foi a partir de outubro que os bispos que atuam na Amazônia Legal brasileira puderam acompanhar de perto os projetos de lei que estão tramitando no Congresso Nacional, na Câmara e no Senado, que envolvem diretamente a questão ambiental no Brasil e especialmente o bioma Amazônico. Trata-se do informe “Semana no  Congresso”, organizado pelo Setor de Incidência da Repam-Brasil e pela Comissão Episcopal Especial para a Amazônia.

 

Além desses encontros e iniciativas, a Comissão para a Amazônia participou da chamada “primavera indígena”, com os acampamentos “Luta pela vida” e a “2° Marcha das mulheres indígenas”, ambos em Brasília, reunindo milhares de indígenas na luta pela garantia de seus direitos constitucionais e respeito às suas vidas e costumes.

A Comissão também acompanhou a assembleia da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama). Na ocasião, o presidente da Comissão e do organismo internacional, cardeal Cláudio Hummes, encorajou os envolvidos na missão da Igreja na região a continuarem a cuidar da Panamazônia, do seu território e da sua gente, especialmente dos povos indígenas e de seus direitos indo às bases, escutando, propondo as indicações do sínodo e então com as bases avançar. 

Outras ações da Comissão neste ano dizem respeito ao mapeamento das rádios indígenas da Amazônia para dar apoio a elas; a promoção de um encontro com parlamentares para conversar sobre os desdobramentos da Conferência do Clima (COP26); e o início da preparação para o Encontro dos bispos da Amazônia em Santarém (50 anos depois do primeiro) para junho de 2022.

 

Fonte: CNBB