O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado participou nesta sexta-feira, 26 de novembro, de uma sessão especial no Senado Federal em homenagem aos 90 anos do Cristo Redentor. O monumento, no alto do Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro, foi inaugurado em 12 de outubro de 1931. A celebração atendeu a um pedido do senador Carlos Portinho (PL-RJ). No requerimento, o Senador destacou que o monumento tornou-se um dos ícones do Brasil mais conhecidos internacionalmente.
“Símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil, o Cristo Redentor foi tombado definitivamente como patrimônio nacional em dezembro de 2009 e acolhe, com seus braços abertos, todo e qualquer cidadão que vive ou visita a cidade”, apontou o senador. O senador falou também dos serviços sociais que presta o Santuário do Cristo Redentor, relacionados aos aos objetivos do desenvolvimento sustentável da Organizações das Nações Unidas (ONU).
O arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta, em participação remota, manifestou alegria em celebrar os 90 anos do Cristo Redentor. Ele lembrou a história da construção do monumento, com especial destaque ao papel do cardeal Sebastião Leme da Silveira Cintra na organização de uma campanha de arrecadação em todo o Brasil de recursos para edificar a obra, reafirmou que ele é sinal do acolhimento a todos e que simboliza que o Brasil assume tudo o que o Cristo pregou.
“O Cristo Redentor recorda para nós uma história e ao mesmo um tempo um compromisso dos valores que precisamos levar adiante de fraternidade, acolhimento e paz”, disse.
O secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella, embora seja carioca de nascimento e, tendo vivido no Rio a maior parte da sua vida, disse manter consigo uma pergunta: mas afinal, o que é o Cristo Redentor? Uma estátua? Um monumento? Um símbolo de uma cidade e um país? Uma identidade? Um cartão Postal do Rio de Janeiro? Um local para rezar?
Segundo dom Joel, o certo é que o Cristo Redentor é uma síntese e pouco de tudo isto. “A meu ver o Cristo é síntese das coisas mais importantes para nossa vida. O Cristo Redentor é um local santo de onde é possível perceber toda essa beleza dada por Deus. De lá se contempla a integração entre a arquitetura de Deus e a do homem”, disse.
Dom Joel disse que o símbolo aponta para o valor da união, da fraternidade e da paz, princípios necessários para fazer avançar no Brasil a democracia, a justiça social e a paz. “Preservar a história e as tradições não supõe ser contrário à laicidade do Estado. Que esta celebração seja um momento para celebrar e ratificar que paz, a justiça social e a democracia podem conviver harmonicamente com o respeito às tradições religiosas de um povo”, disse.
Os senadores Romário (Podemos-RJ), Wellington Fagundes (PL-MT), Eduardo Girão (Podemos-CE), Daniella Ribeiro (PP-PB), Jorginho Mello (PL-SC) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) também assinam o requerimento. Participaram da homenagem o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o assessor político da CNBB, padre Paulo Renato, o bispo auxiliar de Brasília, dom Marcony Vinícius Ferreira, representando o arcebispo de Brasília, e representantes de várias embaixadas.
A banda de Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, no início da solenidade, executou o hino nacional. Também foi apresentado um vídeo em homenagem ao Cristo. O ministro do Turismo, Gilson Machado, também participou remotamente por meio do envio de um vídeo à homenagem.
A construção do Monumento
Projetado pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa e construído em colaboração com o escultor francês Paul Landowski, o engenheiro francês Albert Caquot e o escultor romeno Gheorghe Leonida, o Cristo Redentor é uma estátua em estilo art déco, instalada a 709 metros acima do nível do mar, no Parque Nacional da Tijuca. Alcança trinta metros de altura, sem contar os oito metros do pedestal, e braços que se estendem por 28 metros de largura. A estátua pesa 1.145 toneladas e é a terceira maior escultura de Cristo no mundo. A estátua foi feita de concreto armado, com revestimento em pedra sabão, escolhida por suas qualidades duradouras e facilidade de uso. A construção durou nove anos, entre 1922 e 1931.
Fonte: CNBB