Páscoa do Senhor: “quem se arrisca encontra vida em plenitude”

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Logo após a Bênção do Fogo Novo, na Liturgia da Luz, que simboliza a Luz da Páscoa, que é Cristo Luz do Mundo, o bispo diocesano, Dom Messias dos Reis Silveira, presidiu a Vigília Pascal celebrada na noite do Sábado Santo, 31 de março, e deixou uma mensagem de esperança a todos: “é preciso arriscar-se, pois quem se arrisca encontra vida em plenitude!”. Mas de que modo? Arriscar-se em viver, em doar-se sem medida pela missão, na evangelização a toda a criatura, conforme o mandato do próprio Cristo. A celebração foi presidida na Catedral Imaculado Coração de Maria e contou com participação numerosa do povo de Deus.

O bispo citou o exemplo de Abraão, que sacrificaria seu filho Isaac, a pedido de Deus, para provar sua fé. Citou também o povo hebreu que confiou naquele que o conduzia, para libertar-se da escravidão imposta pelo Faraó no Egito e, em nossos dias, conforme Dom Messias, precisamos arriscar também libertando-nos dos vícios e das acomodações, que tanto atrapalham a caminhada cristã.

“Quantos suicídios em ambientes onde as pessoas crescem em conhecimento científico. Outro dia, na Arquidiocese de Belo Horizonte, falava-se do grande número de suicídios entre os estudantes de medicina. É preciso viver e colocar o sentido da vida em Cristo, ter os desafios pela frente sim, mas encontrar em Cristo o sentido. Amados irmãos e irmãs, o Senhor arriscou sua vida entregando-a nas mãos do Pai. Arriscou sua vida na missão e foi morto. Ele soube o que é arriscar-se. Mas reencontrou a vida e hoje nós celebramos esta vitória de Jesus e queremos dizer que nós também acreditamos na vitória da vida sobre a morte”, declarou.

Deus da esperança

Em sua homilia, o bispo também lembrou que o nosso Deus, é um Deus vivo, de esperança. Voltando a comentar sobre a importância do arriscar-se, ele mencionou as três mulheres que se dirigiram ao túmulo de Jesus e, ao entrar, encontraram vida, pois Cristo havia ressuscitado (cf. Mt 28,6). “Antes elas caminhavam com o coração pesado, mas com a notícia da ressurreição seus corações se alegraram. Dali do túmulo de Jesus nasceu a esperança da ressurreição, da vida para as pessoas”, explicou.

A riqueza da esperança, em nossa Igreja, está bastante presente também nos símbolos litúrgicos. Como exemplo, o Ambão ou Mesa da Palavra, “espaço que representa o túmulo de Jesus de onde sai o anúncio da ressurreição. Aqui é o lugar onde se proclama a palavra de Deus e essa palavra entra no coração de cada um”. Dom Messias pediu ainda aos presentes que a Palavra de Deus seja vivida em casa, na sociedade e em todos os ambientes, do mesmo modo que a viveram os discípulos, que se arriscaram indo para a Galileia, após a notícia de que Jesus estaria com eles. “Foi mais um arriscar-se porque ali Jesus foi aceito por algumas pessoas, mas rejeitado por tantas outras”. Voltar á Galileia, conforme Dom Messias, “é olhar para a história da salvação dentro da nossa própria história. É recordar que um dia nossos pais nos levaram à Igreja, que muita gente sentou ao nosso lado nos ensinaram orações, nos transmitindo a Palavra de Deus, nos dando sentido para nossa vida, nos aconselhando, nos confortando, nos dando alento. Voltar à Galileia é encontrar o sentido do Cristo vivo atuando em nossa história e atuando em nossa vida”.

Na liturgia Batismal, em que o celebrante faz a benção da fonte batismal e a renovação das promessas do Batismo, com a aspersão da água benta e a oração universal, foram batizadas três jovens mulheres. Falando para elas e para toda a comunidade reunida, o presidente da celebração disse que as jovens se prepararam ao longo da Quaresma para receber os Sacramentos do Batismo e do Crisma.

Por fim, ele novamente falou do sentido da Páscoa para todos os cristãos: “a mensagem de Páscoa nesta noite santa é para que olhemos para frente. Nossa vida está muito mais para frente do que para trás porque para frente está a eternidade e para trás está a nossa história e, quando celebramos a Eucaristia, nós proclamamos o mistério da fé dizendo: ‘vinde, Senhor Jesus’. O Senhor vem ressuscitado aos nossos corações construir a nossas história e assim nós vamos carregando a nossa cruz porque o discípulo carrega a cruz, porém, carregamos essa cruz da cabeça para baixo, isto é, nosso rosto deve transparecer a face do ressuscitado. Quantas vezes encontramos um rosto de crucificado por causa da dor, do abandono, mas quando encontramos com Cristo ressuscitado vemos a semente de ressurreição. Peçamos ao Senhor que nos conceda esta graça de termos um semblante de ressuscitados de quem acredita mesmo na vitória da vida sobre a morte, amém!”.

Assessoria de Comunicação Diocesana