De setembro para outubro, passamos do mês da Bíblia, para o mês das Missões. O calendário civil é colocado a serviço das motivações pastorais, que ressaltam dimensões importantes da vida e da missão da Igreja.
A festa de São Jerônimo, o santo que dedicou sua vida à tradução da Bíblia, serve de pretexto para carimbar setembro como mês da Bíblia, a partir do seu último dia. Ao passo que para outubro, a Igreja se vale do seu primeiro dia, dedicado a Santa Teresinha, padroeira das missões, para assinalar sua dimensão missionária.
Mas em nosso tempo vem se firmando a tradição de valorizar os anos para motivar aspectos importantes da missão da Igreja. Certamente a celebração que mereceu maior destaque foi a passagem do milênio, com toda a carga de expectativas suscitadas pelo ano dois mil.
A passagem do milênio inspirou outras iniciativas, que assumiram o quadro de referência de um ano para o seu desdobramento. Assim é que vivemos, recentemente, o “Ano da Fé”. E ainda estamos envolvidos pelos insistentes apelos do Papa Francisco que propôs um “Ano da Misericórdia”, que vai se prolongar até o Domingo de Cristo Rei, no próximo mês de novembro.
Mas antes que termine este “Ano da Misericórdia”, teremos outra iniciativa, certamente com incidências muito fortes na caminhada da Igreja no Brasil. Trata-se do “Ano Mariano”, a começar oficialmente no próximo dia 12 de outubro, para ressaltar a celebração dos trezentos anos do encontro da imagem de Aparecida nas águas do Rio Paraíba.
Temos pela frente, portanto, uma ampla proposta pastoral, que poderá desenvolver os ricos desdobramentos da mensagem de Aparecida, já assinalada com muita lucidez pelo próprio Papa Francisco em sua visita ao Santuário de Aparecida, ainda dentro do primeiro ano do seu pontificado. A história de Aparecida se tornou uma rica parábola, carregada de valores evangélicos, que certamente serão ressaltados ao longo do “Ano Mariano” que será lançado oficialmente no dia 12 do mês de outubro deste ano de 2016.
Mas além do “Ano Mariano”, somos chamados a integrar outras dimensões, também assinaladas por iniciativas de anos especiais, já em andamento. Enquanto ainda continua o “Ano da Misericórdia”, em nossa Diocese foi lançado, na Romaria, o “Ano Vocacional”, com as motivações concretas que ele suscita.
Estes três enfoques anuais acabam compondo um quadro de referência que deveria ser normal de termos presente, pois na verdade, assinalam três dimensões de nossa vida de Igreja: a dimensão universal, assinalada pelo “Ano da Misericórdia”, a dimensão nacional, assinada pelo “Ano Mariano”, e a dimensão diocesana, pelo “Ano Vocacional”.
No “hoje” de cada dia, integramos as diversas dimensões que os anos apresentam.
Por Dom Luiz Demétrio Valentini – Bispo emérito de Jales