Bispo eleito para Uruaçu

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(Uruaçu, 17/06/2020)

Conforme declarou Mons. Giovani Carlos Caldas Barroca, aos 4 de junho o Papa Francisco o elegeu bispo para a Diocese de Uruaçu, a publicação da notícia ocorreu nesta quarta-feira 17, sua Ordenação está marcada para 5 de setembro e a posse canônica no sábado seguinte.

Faz 16 meses que a Diocese vacante de Uruaçu vem orando nesta intenção, assim tem sido nas celebrações da Paroquia São José Operário, nas interseções de nossos paroquianos e demais católicos de nossa diocese. Finalmente o Senhor ouviu nossas súplicas e nos agracia com Seu enviado para continuar à frente do pastoreio desta porção do povo de Deus, após a grande dedicação dos bispos anteriores: D. Francisco Prada, D. José Chaves e D. Messias Silveira.

Naturalmente, a falta de um bispo na Diocese é muito sentida por sua dimensão simbólica entre os fiéis cristãos, mas também pelas funções que exerce e, sobretudo, por sua identidade teológica, como legítimo sucessor dos apóstolos. De fato, radicado nas origens apostólicas e designado a fazer discípulos de Jesus, o bispo foi constituído –também historicamente– como o primeiro responsável em cada igreja diocesana pela tarefa de ensinar, santificar e governar as comunidades e pessoas que a compõem, estimulando ações missionárias e garantido a unidade eclesial. Na diocese confiada a cada um compete, de direito, todo o poder ordinário, próprio e imediato necessário para o exercício do seu cargo pastoral (Cânone 381).

O episcopado é certamente uma dignidade bastante elevada, do ponto de vista público e social, que exige vigilância contra o orgulho e prudência para se manter na retidão da missão assumida. Tratando da missão pontifical –milenarmente atribuída aos bispos e sacerdotes– o escrito aos Hebreus adverte: “E ninguém usurpe para si esta honra, senão aquele que é chamado por Deus” (Hb. 5,4).  E, St. Agostinho: “Aterroriza-me o que sou para vós, mas consola-me o que sou convosco. Para vós sou bispo, convosco sou cristão. Aquele é nome do ofício recebido, este da graça; aquele do perigo, este da salvação” (Sermo 340,1:PL 38,1483-1484). Todo bispo deve doar-se pela salvação do rebanho, combater os lobos vorazes que não cessam suas investidas nas variadas formas de pecado: materialismo, ateísmo, cultura de morte, radicalismos ideológicos, egoísmo, imoralidades, indiferentismo espiritual e falsas doutrinas religiosas que se multiplicam em atenção à demanda sentimental e fragmentária da atualidade. Entretanto, o cerne que dá sentido a tal dignidade, a substância escondida e latente que põe em evidência um legítimo bispo, é sua ascese no exercício do ministério e mística cristã, canal de unção e sustentáculo mor de sua sabedoria.

É primordial dever do bispo zelar pelos fiéis cristãos sob sua autoridade, mas sempre foi pauta de seu ministério o apostolado para além da divisas eclesiais, isto é, deve ser voz profética nos muitos âmbitos da sociedade civil: no mundo do trabalho e da economia, da política e da cultura, etc. Como se lê no decreto Christus Dominus n. 19, “No exercício do seu ministério apostólico, ordenado à salvação das almas, os Bispos têm de direito liberdade plena e perfeita, e independência de qualquer poder civil. Não é lícito impedir-lhes o exercício do seu múnus eclesiástico nem proibir-lhes de comunicarem livremente com a Sé Apostólica, com as outras autoridades eclesiásticas e com os seus súbditos. Sem dúvida, os sagrados pastores, quando atendem ao bem espiritual dos seus rebanhos, favorecem ao mesmo tempo o progresso social e civil, e fomentam a prosperidade, colaborando eficazmente para tal fim com as autoridades públicas e recomendando a obediência às leis justas e o respeito às autoridades legitimamente constituídas”.

Por outro lado, os fiéis devem obedecer e amar o seu bispo, “devem aderir a ele como a Igreja adere a Jesus Cristo e Jesus Cristo ao Pai, a fim de que todas as coisas estejam concordes na unidade e sejam fecundas para a gloria de Deus” (LG, 27). É neste clima de fé, esperança e caridade que acolheremos como quarto bispo da diocese dom Giovani, amigo dos tempos de seminário em Brasília, onde convivemos durante nosso curso de Teologia. Já naquela época eram claras suas virtudes como pessoa de oração e dinamismo, músico e carismático como sua querida mãe que na década de 90 colaborava nos Cursos de Evangelização Dois Mil.

Nosso reconhecimento e gratidão ao Pe. Agamenilton Damascena pela dedicação e bom trabalho realizado administrando a Diocese, juntamente com o Colégio de Consultores, durante a Sede Vacante. Nossas boas-vindas ao Mons. Giovani Carlos, que também conhece boa parte de nosso clero, que demonstrou seu carinho e disposição para com seus futuros diocesanos, que vem para dar sua pessoal contribuição à bonita história de nossa Igreja.

 

Pe. Crésio Rodrigues da Silva

– Vigário Judicial Diocesano –

–Pároco na São José Operário–