Dia Mundial das Cidades pela Vida contra a Pena de Morte

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Nos inícios do tempo do Advento vale a pena comemorar o Dia Mundial das Cidades pela Vida contra a Pena de Morte, que se celebra no dia 30 de novembro. A profecia generosa de Isaías, que configura o sonho de Deus, apresenta a conversão das armas em arados e das lanças em foices para o plantio, consolidando a paz messiânica.
O punitivismo de nossos dias, pensa que penas duras e até a pena de morte podem trazer segurança e melhores dias para a população. Conceituar que certas pessoas são inimigas e por tanto temos o direito de eliminá-las, se equivale na impostação a acreditar naquele velho adágio latino: si vis pacem para bellum ( se queres paz prepara-te para a guerra). Na verdade São João Paulo II corrigiu esta mentalidade afirmando: “se queres paz prepara-te para paz, pois, a paz não é apenas um resultado ou somente uma meta mas um caminho, que só pode ser alcançado pela não violência ou se preferimos pela justiça restaurativa.
Em quanto reagirmos ao mal com o mal alimentaremos sem cessar a espiral da violência. Na visão de olho por olho e dente por dente, todos vamos ficar caolhos e banguelas afirmava sabiamente Gandhi. Somente uma cultura de paz e reconciliação pode renovar o pacto civilizatório e humano, pois é na confiança e esperança na pessoa que geramos também uma convivência solidária e responsável além de inclusiva. Quando o Estado e o poder público mata a um ser humano cumprindo uma sanção penal reproduz a violência e a multiplica ensinando o triste e perverso meio do extermínio. O medo e o terror nos barbarizam e nos tornam muito piores, desumanizar e degradar aqueles que cometeram crimes é sem duvida a falência da democracia, da sociedade e da dignidade humana.
O Salvador vem para instaurar um Reino de paz e de justiça duradouros, onde a vida é respeitada e sagrada, e pela sua copiosa misericórdia somos capazes de viver na Concórdia do leão e do cordeiro, reconhecendo-nos como irmãos/ãs.
Edifiquemos com um coração esperançoso um mundo sem pena de morte para ninguém, mas de cuidado responsável, e pleno da justiça nova do Reino. Deus seja louvado!
Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo de Campos (RJ)