Nos pequenos passos do nosso dia-a-dia, dentro da nossa realidade de vida, somos chamados a testemunhar a nossa fé no Senhor Jesus. Pode acontecer que nem sempre seremos compreendidos, mesmo por aqueles que se dizem cristãos, mas têm vergonha de expressar de forma pública a sua fé. Ou vivem a fé de forma intimista, como se estivessem cometendo um grave delito ao manifestá-la publicamente.
Nos nossos deveres e afazeres do dia-a-dia, deveríamos ter a coragem de viver e transmitir o amor de Cristo com a convicção de quem encontrou o Senhor e O acolheu em sua vida, tornando-se um peregrino do amor, da oração e da caridade. O nosso crescimento espiritual não acontece por acaso. Precisamos ter a humildade de deixar a graça de Deus agir em nós, possibilitando assim ao Espírito Santo oxigenar o nosso coração, a nossa vida de comunidade de fé, através da escuta e da leitura da Palavra de Deus. “Quando conhecemos a Palavra de Deus, não temos o direito de não acolhê-la; uma vez acolhida, não temos o direito de impedi-la de encarnar-se em nós; quando ela se encarna em nós, não temos o direito de conservá-la para nós: a partir daquele momento pertencemos àqueles que a esperam” (Madeleine Delbrêl).
Os discípulos do Senhor Jesus são enviados para a missão “como operários do amor”, porque participam da missão junto ao Pai e ao Espírito Santo. Mas esta missão não poderá ser vivida intensamente pelos discípulos, se antes não fizerem uma experiência viva de comunhão com o Senhor Jesus, que anunciou o Reino de Deus, mas também carregou a cruz e na cruz entregou a vida nas mãos do Pai.
Num mundo que valoriza o sucesso da ascensão social, podemos correr o risco de sermos discípulos que anunciam mais os valores da realidade do mundo do que os valores do Evangelho proclamado por Jesus. É na experiência do encontro com o Senhor, através da sua Palavra, da oração e da caridade, que os discípulos podem oferecer um testemunho capaz de tocar a mente e o coração dos homens e das mulheres do nosso tempo. E dessa forma, ajudá-los a percorrerem um caminho de vida, marcado pelo encontro com o Senhor da paz, do diálogo, da esperança e da misericórdia, que se inclina para curar o ferido, de braços abertos acolhe o afastado, e com amor e ternura percorre conosco o caminho da vida para podermos chegar à vida eterna na casa do Pai.
Dom José Gislon
Administrador de Erexim