Hoje vamos falar sobre as diversas formas de contribuição financeira e periódica que o cristão oferece livremente para a comunidade, à qual pertence e da qual participa, com o objetivo de ajudar a fim de que possa acontecer tudo o que envolve a evangelização na comunidade, razão de ser da própria Igreja (cf. EN 14). Com o dízimo ou outra forma de contribuição permite-se que a comunidade sobreviva, se mantenha, possa prestar seus serviços, consiga ajudar os necessitados, enfim, realize sua missão evangelizadora. Junto com a contribuição financeira, a comunidade precisa dos dons e talentos de cada membro, de seu envolvimento concreto e voluntário. Por isso, o dízimo é, antes de tudo, um compromisso de fé e de amor com a comunidade, em que assumimos nosso batismo como membros participantes e coerentes, onde vivemos o espírito da partilha e da doação, fundamentados no mandamento do amor, centro do evangelho. O dízimo é também um sinal concreto de amor e gratidão a Deus pelos dons que recebemos, sobretudo, pelo seu imenso amor que nos quer participantes de sua vida.
E como agir diante de tantos pedidos de contribuição pelos Meios de Comunicação católicos, através de visitas em casas ou ainda por outras formas? Esta é uma orientação: Pelo batismo, todo fiel é acolhido numa comunidade de fé e a ela pertence. Como discípulo missionário sente-se comprometido pela vida e missão da sua comunidade e Diocese. Para que a Igreja possa exercer sua missão, conta com a partilha e solidariedade dos seus membros através do dízimo, coletas e outras formas de contribuição.
O dízimo é considerado uma contribuição do fiel para o sustento da comunidade. É uma expressão de sua gratidão a Deus, corresponsabilidade com a Igreja, atenção aos necessitados e sensibilidade missionária. A Igreja local é o lugar principal onde o fiel é chamado a contribuir, pois nela vive todo processo de iniciação à vida cristã, celebra os sacramentos e é assistido pelos padres e outros agentes de pastoral. Ela tem a responsabilidade de formar os membros da comunidade, sobretudo os ministros ordenados e leigos comprometidos com a evangelização. Também tem a obrigação com a manutenção dos bens que estão a serviço do povo de Deus: dioceses, paróquias, seminários, centros de pastoral, etc. Por isso, cada batizado é chamado a contribuir com o dízimo na sua comunidade onde vive e celebra a sua fé.
Além do dízimo, existem as coletas que são previstas anualmente, como forma de participação em sentido eclesial mais amplo: Coleta da Solidariedade – CF; Coleta para Terra Santa; Coleta de Pentecostes; Óbolo de São Pedro; Coleta Missionária e Coleta da Evangelização. Também, algumas dioceses organizam coletas próprias para necessidades específicas, como para as vocações sacerdotais.
Para os fiéis que, além disso, têm condições de contribuir para outras instituições e lugares, deixamos estas orientações: a) O sentido de pertença à comunidade pede que a prioridade seja com a Igreja local e, somente depois disto, partilhar com solicitações que vem de fora da Diocese; b) Ao receber pedidos, através de visitas domiciliares, meios de comunicação, revistas, boletos bancários, etc., é importante ter critérios sobre sua destinação. O senso de partilha do povo de Deus é louvável, desde que não se omita o compromisso com a Igreja local. Que Maria, Mãe de Deus e da Igreja, nos ensine o caminho da comunhão com seu Filho Jesus Cristo e a partilha com os irmãos e irmãs”.
Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul