“Jesus continua, em sua nova forma de existência, vindo ao nosso encontro e quer saber quais são as causas de nossa tristeza. Ele é o consolador, é a nossa alegria, é a nossa vida!”
“Maria Madalena vai ao sepulcro. É madrugada! Maria, ainda com o ambiente escuro pela ausência de sol, vai ao sepulcro. É noite não apenas na natureza, mas principalmente no coração de Maria Madalena. Aliás, em seu coração não. Ali o amor iluminava. Ela não consegue ficar longe do corpo morto de seu Senhor, daquele que a libertou do mal. Ela não consegue viver sem Jesus!
Ela diz que vai ungir o corpo do Senhor, mas como? Existe uma pesada pedra tampando o túmulo e, além do mais, Nicodemos e José de Arimateia já haviam preparado o corpo.
Quando ela chega, a pedra está removida, mas o sepulcro está vazio! Maria sente-se completamente perdida e desolada. Sai correndo para comunicar a Pedro e a João. Ela pede ajuda. Sente-se perdida e impotente.
Quando também experimento a ausência de Jesus, como reajo? Onde e como o busco? No lugar dos mortos ou como aquele que é Vida e que dá Vida?
Cristo é, de fato, o Senhor de minha vida?
Prossigamos em nossa oração.
Todo aquele que ama está fadado a sofrer muito!
Maria vê o sepulcro vazio, um anjo à cabeceira e outro nos pés, mas nada entende.
O evangelista quando descreveu esse quadro, quis nos dizer que Jesus é a nova e eterna aliança do Pai com os homens.
O sepulcro, uma caixa retangular aberta e com dois anjos, recorda a qualquer devoto a arca da aliança com os anjos do propiciatório. A aliança nova e eterna foi realizada!
Enquanto está com o olhar fixado dentro da sepultura, Maria escuta alguém perguntando a ela por que está chorando. Esse que lhe pergunta quer lhe dizer: “Mulher, por que choras?” Você não tem motivo para chorar, antes para se alegrar. As lágrimas de Maria revelam seu grande amor e sua pouca fé.
Jesus entra em diálogo com Maria de modo semelhante como entrou em diálogo com outras pessoas. Revela-se progressivamente, adaptando suas palavras e seus gestos à história dessas pessoas e às situações concretas em que se encontram.
Maria só vai entender que aquela voz é de Jesus no momento em que deixa de olhar para o sepulcro, para o lugar da morte, e volta os olhos e o corpo inteiro na direção contrária. Então, ela vê Jesus, vivo, ressuscitado!
Como Maria, muitas vezes não encontramos Jesus porque não o buscamos vivo, mas sim seu cadáver.
Concluamos nossa reflexão.
Assim como Madalena buscava Jesus por toda a parte, também o Ressuscitado seguia seus passos, seus olhares. E a primeira palavra que pronuncia ao dirigir-se a ela é “MULHER”. Depois pergunta por que chora. Jesus continua, em sua nova forma de existência, vindo ao nosso encontro e quer saber quais são as causas de nossa tristeza. Ele é o consolador, é a nossa alegria, é a nossa vida!
Feliz Páscoa!
Padre César Augusto dos Santos – Cidade do Vaticano