Caríssimos irmãos e irmãs, tendo iniciado o mês de março neste espírito de contrição que o tempo da Quaresma continua a nos exigir, nós do seminário São José, juntamente com toda Igreja, temos neste período a oportunidade de estarmos também alimentando nossa espiritualidade Josefina; com vista na presença forte de São José dentro do lar da família de Nazaré.
No próximo dia 19 a Igreja celebra com júbilo a vida deste homem que tem a honra dos altares, pela paternidade prestada ao Filho de Deus. Quantos ensinamentos de bondade, de humildade, de recolhimento e a própria condução de Jesus às orações de seu povo, foram feitos por São José. O cumprimento da lei o torna, pelo seu proceder, um bom judeu, homem de profunda relação com Deus e isso lhe permitiu decisões acertadas para salvaguardar Maria e Jesus.
Deus que olha e observa, entrega sobre os cuidados de José aquela que Isabel, repleta do Espírito Santo, proclama “és bendita entre todas as mulheres da terra” (Lc 1, 42) e Aquele que Pedro afirma no evangelho, com pleno consentimento de Deus, “tu és o Cristo, Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16).
Eis a grande responsabilidade incumbida a este homem para o qual devemos olhar com respeito e venerá-lo, sobretudo neste mês. Quanto ele pode nos ensinar em nossos dias, a partir do adjetivo atribuído a ele na palavra de Deus, como José “homem justo”.
Em meio a tantas injustiças de nossos tempos, temos alguém para quem olhar e então perceber que a justiça é possível a todos nós e que precisamos nos apressar para que este adjetivo suceda também os nossos nomes! Os benefícios que a justiça pode nos fazer são incontáveis humanamente, enquanto aos olhos de Deus nada passa despercebido. Deus a deseja em nossas vidas e nos orienta dizendo: “o caminho do homem justo é plano e reto” (Is 26, 7).
José foi, na cidade de Nazaré um homem justo, também ali em meio aos árduos trabalhos de sua carpintaria. Podemos então acolher este desafio em nossas vidas, sermos pessoas justas onde estivermos e em meio às nossas lutas do dia a dia. Não podemos ficar exigindo justiça às situações que nos circundam, se do íntimo de nossos corações não a fazemos brotar. Às vezes até nos colocamos a pensar que há mais joio do que trigo em nossa sociedade, mais injustiça do que justiça, quando, por exemplo, vemos nobres atitudes de pessoas que praticam a justiça se tornarem midiatizadas como se fosse algo extraordinário. O fato é que para uma boa vivência em comunidade devemos ser justos ordinariamente. Isto é, o normal é ser justo e não injusto, é nosso dever como cristãos praticarmos a justiça!
Que pela poderosa intercessão de São José, que tão perto esteve do mistério da Encarnação, possamos ter sempre à nossa frente a justiça, para não andarmos nos caminhos da iniquidade.
São José , rogai por nós!
Suenis Gonçalves de Oliveira
Seminário Maior São José
Diocese de Uruaçu, GO