Quando vemos uma fumaça, entendemos que há grande possibilidade de fogo. Os sinais natalinos, dentro de uma dimensão de fé, não são dessa forma. Eles revelam uma realidade plausível da presença de Deus na história. Jesus Cristo não é mais sinal, mas o Filho que revela a identidade do Pai na ação concreta do Espírito Santo, visibilizando a presença da Santíssima Trindade.
A missão de Jesus foi de dar nova vida às pessoas cegas, mudas, surdas, inválidas e mortas dentro das diversas culturas e dos diversos tempos. Suas práticas sinalizavam o caminho por onde Ele deveria percorrer despertando naqueles que encontrava o sentido da vida. Alertava sempre às multidões que O acompanhavam, que fazer o caminho da perfeição, não é fácil e supõe muita determinação.
Ao escrever esta matéria, na Colômbia acontecia a tragédia chapecoense, caindo o avião que levava a delegação de jogadores, tirando a vida de tantas pessoas. O luto tomou conta de todo o Brasil, despertando o sentido da fé, que não pode ser minado pelo fato do acidente, mas sinal de fragilidade da tecnologia, que deve aumentar a esperança como o caminho de superação e de confiança em Deus.
A esperança é sinal de vida, de confiança, como acontece com o Natal, sinal da vinda e do nascimento do Senhor. A presença do Filho de Deus reanima os desanimados, transformando-os em sujeitos resistentes e construtores de sua própria história. Jesus nasce trazendo a certeza da vitória da justiça, mesmo a gente achando que a injustiça esteja prevalecendo.
As curas praticadas por Jesus são sinais que mostram sua solidariedade com os sofredores de seu tempo. Era uma forma de tirar essas pessoas da exclusão física e social, como anúncio da Boa notícia aos pobres, porque sempre falava em evangelizar os pobres. Era levar a Boa-nova como esperança e força para o refugo da sociedade. Com isto Ele causava até escândalo para muitos.
Um dos sinais de Natal, apresentado pelos textos bíblicos do tempo do Advento, foi a presença e atuação do profeta João Batista, abrindo caminho para a chegada de Jesus, o Messias esperado pela humanidade. Com austeridade e firmeza, João Batista anunciou tempos novos, a chegada do pleno reinado de Deus libertador, superando a força do deus dinheiro e do poder que oprime.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba(MG)