Agência do Vaticano denuncia situação das prisões no Brasil

0
363

“Falar de cárcere significa falar de uma fábrica da tortura, que produz a violência e produz monstros. É um ambiente estressante e barbárie é constante”, diz o padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária no Brasil em texto enviado à Agência Fides. Após a notícia da tragédia que aconteceu no início de janeiro na penitenciária Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, onde, segundo a Secretaria da Segurança Amazonas foram mortas 56 pessoas, existem muitas queixas de famílias e instituições que colaboram no cuidado de prisioneiros neste centro e em outros centros penitenciários do país.
“Nós só encontramos pessoas feridas, celas cheias e alimentação ruim. O que aconteceu com Compaj, acontece em diferentes lugares do Brasil, no Rio Grande do Norte, em Rondônia e Paraná … É uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento, em todo o país “, reiterou padre Valdir.
De acordo com o padre, todos os dias há diferentes distúrbios no país, mas apenas os mais importantes são relatados na imprensa. As revoltas são motivados por superlotação e talvez só vai diminuir após o governo tomar uma série de medidas. A primeira seria a de prestar assistência jurídica aos presos, que passam muito tempo de espera antes de serem processados. O sacerdote destacou que muitos presos que estão à espera de julgamento estão em celas com presos já condenados.
De acordo com as últimas agências de notícias locais, a situação não é pacífica e o governo, há poucas horas, autorizou envio de forças federais para três estados (Amazonas, Rondônia e Mato Grosso) para conter os motins nas prisões destas regiões. Após o caso de Manaus, houve o massacre de Monte Cristo, em Boa Vista (Roraima), em 06 de janeiro, onde foram mortos 33 presos, de acordo com a imprensa local em retaliação aos fatos de Manaus.
Por CNBB, com Agência Fides