O Conselho Mundial de Igrejas, Act Alliance e a Federação Mundial Luterana – que juntas representam mais de meio bilhão de cristãos no mundo inteiro – lançam um apelo em favor de uma ação conjunta sobre a justiça climática, refere o jornal vaticano “L’Osservatore Romano”. Lançado dias atrás, segundo os promotores, o apelo é o maior na história desta natureza.
Numa mensagem vídeo conjunta, os líderes das três organizações religiosas convidaram os participantes da Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, a Cop23, a confirmar o Acordo assumido em Paris e a torná-lo praticável para poder dar início a uma ação responsável e ambiciosa.
Regulamento para estabelecer modalidades de implementação do Acordo de Paris
A Cop23 está em andamento em Bonn, na Alemanha, até a sexta-feira da próxima semana, 17 de novembro. Presidida neste caso pela República das Ilhas Fiji, a conferência deverá dar passos na redação de um regulamento que estabeleça as modalidades de implementação do Acordo de Paris (Cop21).
As negociações de 195 países mais a União Europeia são chamadas a progredir sobretudo na redução das emissões de gás produtor do efeito estufa. Após o Acordo de Paris, aprovado dois anos atrás e em vigor desde 4 de novembro de 2016, os líderes do mundo são chamados à tarefa mais difícil: superar a discrepância entre os objetivos fixados pelo Acordo e as contribuições nacionais voluntárias.
Reduzir o quanto antes emissões de gás nocivo no ambiente
A esse respeito o primeiro-ministro das Ilhas Fiji, Frank Bainimarama, pediu uma ação concreta mais urgente para reduzir o quanto antes as emissões de gás nocivo no ambiente.
“Devemos agir juntos em favor da justiça climática. Especialistas provenientes de nossas organizações intervirão para assegurar que os resultados da Cop23reflitam as exigências e os direitos dos mais vulneráveis”, declarou o secretário geral de Act Alliance, Rudelmar Bueno de Faria.
Mudança climática deve ser enfrentada de modo concorde
Segundo o secretário geral da Federação Mundial Luterana, Pastor Martin Junge, a mudança climática “é uma realidade que deve ser enfrentada de modo concorde. Ouvimos as histórias, a dor e as fadigas”.
Nessa mesa linha pronuncia-se também o secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas, Rev. Olav Fykse Tveit. “Aproveitemos novamente esta importante oportunidade da Cop23 para tomar decisões que nos levem na justa direção. Ao centro encontram-se todos aqueles que neste momento mais sofrem, ameaçados por aquilo que está acontecendo”, disse Tveit.
Enfrentamento mudança climática: compromisso comum de caminhar juntos com suas Igrejas e seus fiéis
Apoiando, em particular, as populações das Ilhas Fiji, os três líderes ecumênicos expressaram seu compromisso comum de continuar caminhando juntos com suas Igrejas e seus fiéis para enfrentar as questões e os desafios urgentes sobre a mudança climática naquela região do mundo, pedindo que seja assegurada uma contribuição financeira a fim de permitir aos países em desenvolvimento adaptar-se às necessidades do ambiente, enfrentando e mitigando perdas e danos econômicos que podem registrar-se.
Bueno de Faria, Junge e Tveit recordaram que “é nossa reponsabilidade comum” o cuidado com a terra. O planeta, reitera-se mais uma vez, “já superou os níveis de segurança em relação ao efeito estufa. E se estes níveis não forem rapidamente reduzidos corre-se o risco de criar impactos irreversíveis para centenas de milhões de pessoas no mundo”.
Por Rádio Vaticano