Realizou-se na manhã desta terça-feira (04/10), na Sala de Imprensa da Santa Sé, uma coletiva de apresentação da Primeira Conferência Mundial sobre Fé e Esporte, intitulada “O esporte a serviço da fé”.
O evento, que terá lugar no Vaticano a partir desta quarta até a próxima sexta-feira (5 a 7 de outubro), é organizado pelo Pontifício Conselho para a Cultura, com a colaboração da ONU e do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Dirigida pela vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé, Paloma Garcia Ovejero, a coletiva teve a participação do Cardeal Gianfranco Ravasi e de Mons. Melchor Sánchez de Toca y Alameda, respectivamente, presidente e subsecretário do referido dicastério vaticano; bem como do diretor de gerenciamento da marca global Allianz, Christian Deuringer, o desportista Kashif Siddiqui, jogador de futebol de origem paquistanesa, co-fundador de “Futebol para a Paz”; e ainda, Mario Pescante, membro do Comitê Olímpico Internacional.
Explicando porque um dicastério vaticano para a cultura possa se interessar pelo esporte, o Cardeal Ravasi afirmou que o conceito de cultura não é mais o tradicional, “hoje é mais antropológico, abraça todos os campos”.
“Podemos dizer que se tornou, como a música, um valor universal, por isso nos interessamos pelo esporte”, disse o purpurado, acrescentando que o esporte é parte daquela categoria que o gregos chamavam de paidea, formação”, frisando a criatividade e o aspecto pedagógico formativo nele contidos.
Afirmando que o esporte envolve corpo e espírito, inteligência e membros, que esta atividade lúdica hoje envolve a fé, a religião no sentido mais amplo possível, disse que é preciso voltar ao esporte como componente moral, “voltar autenticamente aos valores morais, capitais do esporte”.
Os jogos paraolímpicos são uma manifestação particular do esporte, são princípio de redenção, de regeneração, lembrou ainda o purpurado, aludindo também aos Jogos Olímpicos recentemente realizados no Rio de Janeiro.
Nessa mesma linha, o membro do Comitê Olímpico Internacional, Pescante, falou do esporte não somente como instrumento, mas como um valor em si mesmo, e que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro serviram também para dar esperança a tantos desesperados de países que se encontram em situação difícil.
Citou o caso de Kosovo, que não é reconhecido pela ONU como um Estado, mas cuja realidade recebeu reconhecimento do Comitê Olímpico Internacional, podendo assim participar das Olimpíadas, com uma formação de albaneses e sérvios competindo com uma delegação própria.
No Rio de Janeiro damos cidadania aos 260 milhões de refugiados no mundo, disse ainda Pescanti, referindo-se à delegação que os representou nos Jogos Olímpicos, fato excepcional deste evento esportivo planetário.
Esta quarta-feira (05/10) à tarde se terá na Sala Paulo VI, no Vaticano, a cerimônia de abertura da Primeira Conferência Mundial sobre Fé e Esporte, cujo evento será presidido pelo Papa Francisco com a participação, entre outros, do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, e do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach.
A Rádio Vaticano transmitirá o evento ao vivo, via satélite, para todo o Brasil e demais países de língua portuguesa cujas emissoras nos retransmitem, a partir das 11h20 do horário de Brasília.
Por Rádio Vaticano