A presidente interina da República Centro-Africana, Catherine Samba Panza, classificou nesta sexta-feira de “ato terrorista” o ataque a uma igreja em Bangui que deixou 17 mortos na última quarta-feira e provocou uma onda de violência na capital.
“O fato de os autores dos crimes continuarem a circular livremente explica esse aumento de atos terroristas”, declarou em uma transmissão de rádio Samba Panza, mencionando o ataque contra a Igreja de Nossa Senhora de Fátima e denunciando “uma situação de guerrilha urbana”.
A presidente também pediu aos manifestantes “que ergueram barricadas na capital para desfazê-las imediatamente. Porque não é na desordem que podemos governar um país. Eu não quero que o sangue do povo centro-africano continue a fluir”, disse, ao declarar luto nacional de três dias em memória das vítimas da igreja.
Samba Pança também pediu às forças francesa Sangaris, africana Misca e europeia Eufor-RCA “para fornecer todo o apoio necessário à polícia e à guarda nacional” para prender os culpados.
Para restaurar a segurança em Bangui, “precisamos do envolvimento de todas as nossas forças de defesa e segurança incluindo as forças armadas centro-africanas”, insistiu.
O ataque de quarta-feira teve como alvo a igreja Nossa Senhora de Fátima de Bangui. Testemunhas acusaram a ex-rebelião Seleka, de maioria muçulmana.
Desde janeiro, após a renúncia forçada do presidente Michel Djotodia e de seu movimento rebelde Seleka, que havia tomado o poder em março de 2013, o conflito no país ganhou uma dimensão religiosa.
Os muçulmanos de Bangui, acusados de colaboração com a rebelião Seleka, foram vítimas de ataques das milícias cristãs conhecidas como “antibalaka” e muitos muçulmanos foram obrigados a partir ao exílio.