Bartolomeu ao Papa: Igrejas irmãs unidas pelos mártires

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Igrejas irmãs, unidas no sangue dos mártires, testemunhas ainda hoje de “novas formas de perseguição e opressão”.

A mensagem do Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, enviada ao Papa Francisco por ocasião das Festas dos Santos Pedro e Paulo, é dedicada aos mártires das Igrejas perseguidas e oprimidas no mundo.

A mensagem foi entregue ao Pontífice na manhã de terça-feira pelo Metropolita Job, de Telmessos – copresidente da Comissão mista internacional para o diálogo teológico entre as duas Igrejas – durante encontro com a delegação do Fanar, presente em Roma para participar da Festa dos Santos Pedro e Paulo (da mesma forma que uma delegação do Vaticano participa da Festa de Santo André, em Istambul).

“Nos últimos anos – escreve Bartolomeu – temos sido testemunhas, com profunda dor, dos ataques contra os cristãos e os lugares de culto. As nossas Igrejas irmãs são próximas a todos os cristãos perseguidos e oprimidos dos nossos tempos e deste tempo”.

Viagem ao Egito

Na mensagem, o Patriarca repassa a viagem feita em abril ao Egito onde acompanhou o Papa, para rezarem juntos pela “unidade, a paz e a justiça” e manifestar a proximidade à comunidade copta-ortodoxa do país.

Bartolomeu recorda o que afirmou na Conferência Internacional sobre a Paz realizada na Universidade de Al-Azhar, no Cairo, reiterando que “nunca pode existir violência alguma, nem justificativa para o terrorismo, em nome da religião”.

O Patriarca sublinha como, junto com o Papa, os líderes cristãos enfatizaram que “a violência é a negação de todos os credos e doutrinas religiosas”.

Religiões, construir pontes entre as pessoas

A humanidade pede às religiões hoje para serem abertas e solidárias. O diálogo inter-religioso tem como objetivo “superar os fundamentalismos e demonstrar que as religiões podem e deveriam servir para construir pontes entre as pessoas, ser instrumentos de paz e compreensão recíproca, respeitar todo ser humano”.

Em um mundo colocado a duras provas por estes desafios, emerge com clara urgência o quanto é importante para as Igrejas cristãs fortalecer a sua unidade e trabalhar para chegar às plena comunhão, empenhando-se no “diálogo do amor” e da “verdade”.

Neste sentido, os votos do Patriarca para uma nova fase de trabalhos que aguarda a Comissão mista internacional para o diálogo teológico entre as duas Igrejas, que se encontrará em setembro em Leros, na Grécia, para que seja “frutuosa” e possa contribuir para fazer avançar o caminho da Igreja rumo à unidade.

Por Rádio Vaticano