A contribuição que Santo Agostinho “dá a nossos tempos difíceis do ponto de vista geopolítico” é “a lição do diálogo”, caminho que “também o Papa Francisco não cessa de indicar-nos para fazer a paz”. É o que afirma o secretário de Estado vaticano, Cardeal Pietro Parolin, em entrevista publicada no último número do semanário da diocese italiana de Pavia “Il Ticino”.
Por nascimento, um encontro entre dois mundos
“Agostinho, africano da Numídia, era filho de uma mãe (Mônica) de raça berbera – um povo ainda existente na atual Argélia, razão pela qual os argelinos o reconhecem como compatriota – e de um pai (Patrício) talvez colono romano. Portanto, nele já se realizava por nascimento um encontro entre dois mundos”, explica o Cardeal Parolin.
Após os estudos e o ensino em Cartago, veio primeiro a Roma e depois foi para Milão, capital de então do império romano do Ocidente.
Graças também a sua mãe, Santa Mônica, abraçou a fé católica
Em Milão, graças ao sacerdote Simplício e ao bispo Ambrósio, abraçou a fé cristã da Igreja católica, transmitida também por sua mãe, acrescenta o purpurado que esta segunda-feira (28/08) presidiu na Basílica de São Pedro in Ciel d’Oro de Pavia – norte da Itália – à celebração eucarística por ocasião da memoria litúrgica do santo doutor da Igreja.
Capacidade de dialogar com todos
“A sua experiência africana e romana, em particular, do cristianismo milanês, fez dele uma síntese única e intelectual” que o predispôs “à capacidade de dialogar com todos”: representantes das instituições romanas e grupos divergentes dentro da comunidade eclesial, observa o purpurado.
Construir pontes de diálogo, indica-nos também Francisco
“Considero que propriamente a lição do diálogo constitua a contribuição que o grande bispo de Hipona dá a nossos tempos difíceis do ponto de vista geopolítico. Construir sempre pontes de diálogo com os outros é o caminho que também o Papa Francisco não cessa de indicar-nos para fazer a paz”, conclui o secretário de Estado vaticano.
Por Rádio Vaticano