Castel Gandolfo: Papa destina seu apartamento a museu

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Três anos e meio depois da decisão de renunciar ao apartamento papal, no terceiro andar do Palácio Apostólico, o Papa decidiu renunciar também definitivamente ao uso do apartamento de Castel Gandolfo e anexá-lo ao museu já existente.
Residência para férias de verão
‘Residência de verão’ de todos Papas desde o início do século VII, aquela ala do Palácio nunca foi utilizada por Francisco para o descanso. Nos poucos dias em que repousa no verão, o Pontífice prefere permanecer na Casa Santa Marta. Assim, as salas de Castel Gandolfo, vazias desde 2013, serão abertas à visita de fiéis e turistas, assim como as restantes.
O museu será inaugurado no próximo 21 de outubro com a exibição de um coral chinês com o concerto “A beleza nos une”, na linha das intenções do Papa de construir pontes também com a China, país sempre no centro das atenções da diplomacia pontifícia.
Abertura ao público dos lugares privativos
São muitos os lugares exclusivos da residência que Francisco abre ao público. Antes de tudo, o quarto: um cômodo com as janelas voltadas para o mar, sem dúvida a o mais reservado de todo o Palácio. Após o desembarque estadunidense em Anzio, em janeiro de 1944, os arredores de Castel Gandolfo se transformaram em um dos mais sangrentos palcos de batalha da Segunda Guerra Mundial. O quarto, assim como as outras salas, foi destinado às gestantes. No leito utilizado pelos Pontífices nasceram naqueles meses cerca de quarenta bebês.
Pouco além do quarto, está a pequena capela na qual os Papas rezavam sozinhos. Na sequência, encontram-se a Biblioteca do Pontífice e o pequeno escritório, onde os Papas do passado, até Bento XVI, escreviam encíclicas e homilias. Há ainda dois cômodos reservados ao secretário particular e ao secretário adjunto; e o Salão dos Suíços, assim chamado porque antigamente era ali que se preparava o corpo da guarda armado que desde 1506 presta serviço aos Papas. Enfim, a Sala do Consistório, que recebeu raramente hóspedes leigos, pois era utilizada em geral apenas para as reuniões do colégio cardinalício com o Pontífice.
A partir de 21 de outubro, e até pelo menos quando Francisco estiver na Sé Pontifícia, tudo isto será uma vaga recordação. Mas não é dito que não possam voltar tempos como os de João XXIII, que gostava da residência de verão e frequentemente passeava pelas cidades, colinas ou praias vizinhas, em meio às pessoas. Ou os de João Paulo II, que brincava com os filhos dos funcionários nos jardins. Também Bento XVI gostava de ir e à noite ouviam-se as notas do seu piano. Já Pio XI construiu uma horta e uma granja com galinhas e vacas, e ainda hoje, seus produtos são vendidos diariamente no supermercado do Vaticano.
Por Rádio Vaticano