Mês de agosto, mês vocacional para a Igreja Católica no Brasil. A partir de hoje até o dia 31, católicos brasileiros têm uma oportunidade a mais para refletir sobre as vocações, ao olhar para a riqueza dos vários chamados vocacionais e perceber como, de diferentes modos, é possível servir a Deus.
Neste ano de 2017, o mês vocacional é celebrado à luz de Maria. Com o tema “A exemplo de Maria, discípulos missionários” e o lema “Eis-me aqui, faça-se”, Nossa Senhora é a figura-chave das reflexões. A escolha foi motivada pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
“Achamos por bem fazer essa relação. Nós também estamos celebrando os 100 anos das aparições de Fátima, portanto temos aqui dois aspectos da mariologia, da vida de Maria, que nos motivaram na escolha desse lema”, explica o presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados da CNBB, Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS).
O bispo destacou que Maria é mãe que acompanha os filhos ao longo de todo o percurso, ela foi a primeira discípula-missionária e se coloca a caminho para ir ao encontro do outro. Isso deve ser um estímulo para que cada fiel hoje siga seu exemplo. “Dentro desse contexto do mês vocacional, somos convidados a cultivar entre nós essa disponibilidade que Deus pede de todos nós: estarmos prontos, bem dispostos para aquilo que Deus solicitar de cada um de nós”.
Para cada mês vocacional, a CNBB propõe um subsídio a fim de auxiliar as comunidades na preparação das atividades. Em 2017, o subsídio é oracional: o material traz a proposta da realização de um tríduo de oração pelas vocações.
Trata-se de uma resposta à proposta da Igreja no Brasil de colocar justamente a Palavra de Deus como caminho para renovação das comunidades. “É dentro desse espírito que nós sugerimos o subsídio para esse mês de agosto. Através do encontro com a Palavra, da leitura orante da Palavra, encontrar indicações para responder de uma forma vigorosa àquilo que Deus nos pede. A Palavra que deve iluminar as nossas opções, as nossas escolhas, as nossas decisões”.
As diferentes vocações
Em cada semana do mês de agosto, a Igreja concentra sua atenção em uma vocação em especial: na primeira semana os ministros ordenados (padres e diáconos), na segunda semana a família (por ocasião do Dia dos Pais), na terceira semana os consagrados e na quarta semana os leigos, com o Dia do Catequista.
Mas de qual dessas vocações o Brasil é mais carente? Dom Jaime explica que, antes de tudo, é preciso resgatar a dignidade da vocação de batizado. Isso porque cada um foi amado por Deus e, por meio do Batismo, acolhido em uma comunidade de fé, onde existem ministérios distintos. O segundo aspecto é fomentar condições para que, sobretudo os jovens, possam intuir para qual ministério Deus os chama.
“Cultivar uma sensibilidade, uma sintonia para captar aquilo que Deus nos pede. Eu creio que esse é um grande desafio para nós na Igreja no Brasil hoje. Em outras palavras, fomentar espaços, momentos para aquilo que a tradição chama ‘experiência do encontro com Nosso Senhor’. É através do encontro com Nosso Senhor que nós podemos perceber para o que Ele nos chama”.
Os jovens e as vocações
O tema das vocações vai continuar perpassando a Igreja até 2018, uma vez que ela se prepara para realizar o Sínodo dos Bispos sobre os jovens, que terá como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
A escolha dessa temática foi uma “agradável surpresa”, disse Dom Jaime. Ele observou que o Papa Francisco tem insistido na dignidade da juventude e da velhice: o jovem como aquele que tem diante de si o futuro e o idoso como aquele que conserva a memória. “Eu acho esses dois aspectos muito bonitos. O jovem ocupa, por assim dizer, o coração da Igreja, o futuro depende dos jovens”.
O segundo aspecto fundamental, segundo o arcebispo de Porto Alegre, é a proposta de apresentar aos jovens de hoje em que consiste a fé cristã. Por fim, ele destaca a questão do discernimento vocacional. “A vocação como resposta a essa experiência de encontro com esse Deus que veio ao nosso encontro por amor, por pura gratuidade e por isso também, gratuitamente, que eu correspondo”.
Por Canção Nova