Comissão para o Serviço da Caridade avalia atividades e planeja 2017

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A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) esteve reunida nesta terça-feira, dia 6, na sede da entidade, em Brasília (DF) para avaliação e planejamento de atividade. O bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão, dom Guilherme Antônio Werlang, ressaltou o desejo de que o trabalho e o posicionamento eclesial frente às questões possam manifestar um “Igreja missionária, em saída, como nos pede o papa Francisco, uma Igreja pobre para os pobres”.
A reunião teve caráter avaliativo e de planejamento em relação ao trabalho da Comissão, do grupo ampliado – que é composto também pelos bispos referenciais das Pastorais Sociais nos regionais da CNBB – e da relação com as Pastorais Sociais. De acordo com dom Guilherme Werlang, foram apontadas melhorias no trabalho conjunto e na repercussão nacional de temáticas ligadas à atuação da Comissão e das Pastorais Sociais.
Os bispos referenciais também apontaram dificuldades e enfrentamentos das Pastorais Sociais. “Percebemos que houve bastante avanço e uma presença sempre mais próxima daqueles casos mais conflituosos que se apresentam no campo social da nossa Igreja”, considera o bispo de Sinop (MT) e membro da Comissão, dom Canísio Klaus. Para o prelado, o Jubileu Extraordinário da Misericórdia ajudou a perceber que é possível “ser aquela presença oportuna em tantos casos e situações em que a Igreja mais sofre, quando ela mais necessita de apoio, compreensão e presença, sobretudo nas ações concretas do Ano da Misericórdia”.
Dom Canísio explicou que há um contexto de experiências novas e fortalecimento das Pastorais, “sobretudo onde talvez reina um medo, ou até uma indiferença”, como a Pastoral da Aids e a Pastoral a Carcerária. “Precisamos ser mais proféticos nessas áreas que requerem da pessoa uma doação de vida mais plena, mais total”, analisa.
Estudos e grupo de trabalho
Em 2017, a Comissão irá aprofundar as reflexões sobre os texto de Estudos da CNBB sobre o “Solo Urbano” (Estudo 109 da CNBB) e as “Comunidades Quilombolas”(Estudo 105 da CNBB). A comissão irá fazer encaminhamentos para a coleta de contribuições e revisão do texto com emendas.
Outra atividade prevista e já encaminhada para o próximo ano é a articulação de um grupo de trabalho para tratar do fracking – um processo de faturamento hidráulico destrutivo usado para extrair gás da rocha de xisto que se encontra no subsolo – e da mineração. “São duas temáticas interligadas que ameaçam o meio ambiente do Brasil inteiro, principalmente as comunidades que vivem em regiões de mineração”, conta dom Guilherme. O fracking, proibido em outros países, atrai empresas para o Brasil e incentiva as nacionais para exploração em importantes aquíferos do país.
6ª Semana Social Brasileira
Um pedido dos agentes das Pastorais Sociais é a realização da 6ª Semana Social Brasileira. De acordo com dom Guilherme Werlang, o assunto foi apresentado nas últimas reuniões dos Conselhos Episcopais e será feita uma reflexão sobre a temática a ser abordada “neste momento tão difícil e complexo da atualidade brasileira”.
Calendários
As reuniões ampliadas das Pastorais Sociais acontecerão em março e agosto. Durante a reunião desta terça-feira, os bispos também planejaram a realização de encontros da Comissão para reflexão e discussão de temáticas específicas.
Experiência regional
O bispo de Brejo (MA) e membro da Comissão, dom José Valdeci Santos Mendes, contou que no regional Nordeste 5 da CNBB alguns momentos fortes marcaram a atuação das Pastorais Sociais em 2016. “Nós fizemos foi a Romaria da Terra e das Águas, em Brejo, um Seminário sobre Políticas Públicas e estamos preparando o Seminário com a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) a partir da encíclica Laudato Si para refletir também a realidade da região”, enumera o bispo.
Participaram da reunião, além de dom Guilherme, dom Canísio e dom José Valdeci, os bispos de Ruy Barbosa (BA), dom André De Witte; o bispo de Amparo (SP), dom Luiz Gonzaga Fechio, e o assessor da Comissão, frei Olavio Dotto.
Por CNBB