Teve início ontem, segunda-feira, 6, a 23ª Conferência do Clima (COP, sigla em inglês), realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), cujo principal objetivo é discutir as mudanças climáticas e acelerar os objetivos do Acordo de Paris ― resolução que pretende diminuir a emissão dos gases responsáveis pelo efeito estufa.
Esta conferência, organizada dois anos após a adoção do Acordo de Paris, é presidida por Frank Bainimarama, primeiro-ministro da República das Fiji. “O sofrimento humano causado pelos furacões, incêndios florestais, secas e inundações representam ameaças à segurança alimentar causadas pelas mudanças climáticas e significam que não temos mais tempo a perder”, disse Bainimarama em comunicado oficial.
A COP 23 está sendo sediada na Alemanha, na cidade de Boon. Segundo a secretária-executiva das Mudanças Climáticas na ONU, Patricia Espinosa, o evento mostrará dois aspectos das mudanças climáticas, em especial. “Um primeiro será positivo, resoluto, um momento inspirador para muitos governos e uma crescente variedade de cidades e estados alinhando-se aos objetivos do Acordo de Paris. E, num segundo momento, uma realidade. O termômetro do risco está crescendo, o pulso do planeta está acelerando, as pessoas estão se machucando, precisamos juntos ter a ambição para chegarmos ao próximo nível”, disse a secretária-executiva.
O Acordo de Paris e a saída dos Estados Unidos
O Acordo do Clima de Paris foi assinado em 2015 e prevê que seus signatários se comprometam em manter o aquecimento global abaixo de 2ºC, ou mais próximo possível de 1,5ºC. Caso a temperatura do planeta continue a subir, há riscos de degelo na Groenlândia, aumento do nível do mar e danos significantes a ecossistemas como a Amazônia.
Este pacto, porém, foi quebrado pelo presidente estadunidense Donald Trump que, logo após se eleger, decidiu abandonar o acordo. O Acordo de Paris foi aprovado por 195 países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês).
Este pacto, porém, foi quebrado pelo presidente estadunidense Donald Trump que, logo após se eleger, decidiu abandonar o acordo. O Acordo de Paris foi aprovado por 195 países-membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês) e entrou em vigor em 4 de novembro de 2016.
Apelo do Papa
Um novo apelo em prol do meio ambiente. Nesta segunda-feira, 6, o Papa Francisco postou uma mensagem no Twitter em que pede cuidado ao meio ambiente, preservando-o para o futuro.
“A guerra causa sempre graves danos ao meio ambiente. Não maltratemos a nossa casa comum, mas a preservemos para as futuras gerações”, escreveu Francisco em sua conta, que tem mais de 40 milhões de seguidores nesta rede social.
O tweet do Papa foi publicado em um dia significativo com relação ao tema “meio ambiente”. Celebrou-se ontem o Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Meio Ambiente em Tempos de Guerra e Conflito Armado. Também ontem começou em Bonn, Alemanha, COP 23, que segue até o dia 17 de novembro.
O tema da degradação ambiental devido aos conflitos foi evidenciado várias vezes pelo Papa, em particular em sua encíclica Laudato sì, sobre o cuidado da casa comum. “É previsível que, perante o esgotamento de alguns recursos, se vá criando um cenário favorável para novas guerras, disfarçadas sob nobres reivindicações”, escreve no documento.
A guerra, adverte o Papa na encíclica, “causa sempre danos graves ao meio ambiente e à riqueza cultural dos povos, e os riscos avolumam-se quando se pensa na energia nuclear e nas armas biológicas”. Ele ressalta ainda que, apesar dos acordos internacionais, continuam nos laboratórios pesquisas para o desenvolvimento de novas armas capazes de alterar os equilíbrios naturais.
Francisco mostra particular preocupação pela água. “Os impactos ambientais poderiam afetar milhares de milhões de pessoas, sendo previsível que o controle da água por grandes empresas mundiais se transforme numa das principais fontes de conflitos deste século”.
Este é um alarme que o Santo Padre já havia lançado este ano, no discurso de encerramento de um seminário sobre o direito humano à água.
“É um problema que diz respeito a todos e faz com que a nossa casa comum sofra tanta miséria e clame por soluções efetivas, realmente capazes de superar os egoísmos que impedem a realização desde direito vital para todos os seres humanos”.
Por Canção Nova, com ONU, Rádio Vaticano e Redação