"Criar um novo pacto social e modelos econômicos"

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O Papa Francisco concluiu suas atividades na manhã deste sábado, 3, recebendo em audiência, na Sala Clementina, cerca de 400 empresários participantes no Encontro promovido pela Time-Life.
O Papa iniciou seu discurso aos presentes, partindo do tema que abordaram nestes dois dias de trabalhos: “O desafio do século XXI: criar um novo pacto social”.
Trata-se de um tema bastante oportuno, disse Francisco, que visa a necessidade urgente de modelos econômicos mais inclusivos e justos: “O mais se requer, no momento, não é um novo acordo social abstrato, mas ideias concretas e ações eficazes em prol de todos, em resposta às prementes questões do nosso tempo”.
Pobres e refugiados
Agradeço-lhes pelo que estão fazendo para promover a centralidade da dignidade humana no âmbito das instituições e da economia e para atrair a atenção para a chaga dos pobres e refugiados, muitas vezes esquecidos pela sociedade.
“Quando ignoramos o grito de tantos irmãos e irmãs no mundo não só negamos os seus direitos e valores recebidos de Deus, mas também rejeitamos a sua sabedoria e talentos, tradições e culturas”, afirmou o Papa.
Esta atitude faz aumentar o sofrimento dos pobres e marginalizados e nós mesmos nos tornamos mais pobres, não só materialmente, mas moral e espiritualmente.
“O nosso mundo, hoje, é marcado por grande inquietação. A desigualdade entre os povos continua a aumentar e muitas comunidades são atingidas pela guerra, pobreza ou crescente número de migrantes e refugiados. Apesar disso, estamos vivendo um momento de esperança”.
Sinal de esperança
A própria presença dos empresários aqui, hoje, é sinal de esperança, ao reconhecer os problemas e agir com decisão. Esta estratégia de renovação, porém, requer uma conversão institucional e pessoal, uma mudança de coração. Tal renovação fundamental não deve se referir apenas à economia de mercado.
“Estamos falando do bem comum da humanidade, do direito de cada pessoa de participar dos recursos deste mundo e de ter a oportunidade de realizar as suas potencialidades, que se baseiam na dignidade dos filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança”.
Grande desafio
Francisco prossegue reafirmando: “Nosso grande desafio é responder aos níveis globais de injustiça promovendo um sentido de responsabilidade local e individual, de modo que ninguém seja excluído da vida social. A renovação, a purificação e a solidez dos modelos econômicos depende da nossa conversão pessoal e generosidade com os necessitados”.
E o Papa conclui encorajando-os a continuar o trabalho que iniciaram e a buscar meios, cada vez mais criativos, para transformar as instituições e as estruturas econômicas.
“Estejam sempre a serviço da pessoa humana, especialmente dos marginalizados e excluídos, dando-lhes voz, ouvindo as suas histórias e compreendendo as suas necessidades”.
O Santo Padre se despediu dos empresários da Time-Life prometendo-lhes suas orações para que seus esforços possam produzir muitos frutos.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano