Encerra-se nesta terça-feira (27/09) 12º Encontro dos Bispos Lusófonos, realizado no Seminário Bom Jesus, em Aparecida. 13 bispos de países que falam a língua portuguesa participaram do evento: 4 brasileiros e representantes de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo-Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.
Os participantes trocaram experiências sobre a realidade da Igreja em cada país, a partir da atuação da Encíclica ’Laudato Si’ e a Exortação apostólica ‘A Alegria do Amor’ do Papa Francisco.
O Arcebispo de Brasília (DF), Dom Sérgio da Rocha, Presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) afirma que o encontro é de bispos de mesma língua, mas de realidades muito diferentes e a partilha de experiência é uma forma de um país ajudar o outro a pensar em propostas práticas para a sua Igreja.
“Na medida em que as Conferências Episcopais acolheram as orientações do Papa, foi-se contextualizando a própria Laudato si, isto é, a problemática ecológica e a questão socioambiental foram sendo situadas localmente, de tal modo que nós vamos tendo as comunidades e as pessoas envolvidas mais diretamente. São desafios que dizem respeito a cada família, a cada comunidade. Em cada país têm sido produzidos materiais como subsídios que nós vamos compartilhando também. São uma riqueza a ser colocada em comum”.
Segundo Dom Sérgio da Rocha, as Conferências Episcopais têm dedicado atenção maior a algumas questões principais:
Saneamento, coleta de lixo e desperdício
“O ponto principal é o saneamento básico. Não apenas o diálogo com os governos locais para assegurar ao povo o direito que tem, mas o esforço da própria comunidade em cuidar do meio ambiente. Quando se fala do cuidado da Criação, não se pense apenas em ecossistemas distantes, mas sim em aonde se vive, na Casa Comum, o lugar onde se está. Então, um dos pontos foi o diálogo com as autoridades sobre o saneamento básico, mas também para formar as consciências das pessoas a ter uma postura corresponsável em relação, por exemplo, à coleta do lixo, à questão do esgoto a céu aberto, mas também do desperdício de alimentos e de água. São questões que no dia a dia de nosso povo, de nossas comunidades, que estão recebendo, nas Conferências Episcopais, uma atenção maior. Já estão sendo promovidas campanhas em parceria com órgãos públicos ou outras instituições, exatamente para ajudar o povo a se mobilizar mais em relação a preservar a Casa Comum, que é o local aonde vivemos”.
Mosquito Aedes aegypti
“Um dado comum em relação ao Brasil e aos países africanos de língua portuguesa é o desafio do combate ao mosquito Aedes aegypti, que é uma mobilização que o Brasil fez e a CNBB estimulou no combate ao mosquito transmissor da dengue e do vírus zika e agora, percebemos em outros países o interesse e iniciativas semelhantes”.
Por Rádio Vaticano