Com o número reduzido de fiéis por causa da pandemia do coronavírus, aconteceu no Domingo de Ramos a Santa Missa das 7h presidida pelo bispo diocesano, Dom Giovarni Carlos, ao cântico do “Hosana ao Filho de Davi”. Com a bênção dos Ramos, o povo de Deus alegremente levantou os seus ramos em memória da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
Dom Giovani, em sua homilia, se dirigiu ao povo de Deus dizendo: “acabamos de ouvir a carta da nossa libertação, motivo pelo qual fomos salvos. Nós proclamamos que essa Palavra que acabamos de ouvir é a Palavra da Salvação. Por certo, aqui está o mistério que nos salva e que nos salvou”.
A primeira parte mostra-nos a cena de Jesus caminhando com os discípulos a Jerusalém, centro religioso de toda região. Como hoje nós temos o centro da nossa fé católica. Tudo era preparado para esse momento. Ele entra conforme o costume dos reis, mas montado em um burrinho e sendo aclamado com ramos. Agora, aquele que dá sentido ao templo, chega ao templo. Aquele que dá sentido à religião e à fé chega ao seu lugar. Ele toma o seu lugar. Desde todo o Antigo Testamento, tudo era preparado para esse momento. Jesus realmente é Rei. Aquele que dá sentido à religião, à fé e é aclamado com todos os sinais. Ele é Rei e entra como um Rei.
Dom Giovani afirmou que o Evangelho indica o reinado de Jesus que é realizado com a doação de sua vida. “Não é uma forma habitual, algo diferente acontece. O Senhor escandaliza muitos que esperavam um Rei cheio de glória, mas é tratado como um qualquer. De repente, a esperança cai por terra. Aquele homem que entrou em Jerusalém se torna escravo, agora é preso, julgado e condenado. O Senhor vai dizer: ‘os meus caminhos não são os vossos caminhos, os meus pensamentos, não são os vossos pensamentos’. Para a decepção de todos, a esperança era grande para o povo, e aos discípulos era bem maior. Ao passo que, a multidão que dizia: ‘Hosana ao Filho de Davi’, talvez seja a mesma que dizia: ‘crucifica-o, crucifica-o’”, frisou Dom Giovani.
Acima de tudo, Jesus não se deixava levar pela multidão. Ele possuía em seu coração, em sua mente, a sua única meta de fazer a Vontade do Pai. Se entra glorioso e chamado por todos, isso não tira seu foco de fazer a Vontade do Pai. Porém, os discípulos que o acompanhavam fogem. Certamente, pensam que aquele desfigurado não é o messias. E assim, Jesus realiza contra toda a tendência, toda perspectiva, a nossa salvação.
Verdadeiramente vai dizer: “não há maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus irmãos. O evangelho assegura que Jesus se torna Rei à medida de um bom Pastor, porque o rei é reconhecido pelo poder, mas o Bom Pastor é conhecido como o que dá a vida por suas ovelhas”, frisou o bispo, que concluiu com uma exortação: “Ele é Rei, mas por baixo do manto real está as vestes surradas de um bom Pastor”.
O evangelho de João diz: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. Dom Giovani concluiu desejando a todos uma feliz Semana Santa. “Hoje começa a semana da salvação, por isso, chamamos de Semana Santa. Eu desejo a todos uma santa Semana Santa a fim de que, parando para meditar, para perceber, possamos refletir que o nosso Senhor nos salvou, deu a sua vida por nós. O que Jesus passou e viveu foi tudo por amor”, concluiu o pastor diocesano.
Texto: Indra Virgilia Ferreira Liah
Fotografias: José Tomaz França
Paróquia Sant’Ana/Catedral
Uruaçu-Goiás