Na manhã do dia 11 de junho, Solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, o clero da Diocese de Uruaçu se reuniu na Catedral Imaculado Coração de Maria. Inspirou a manhã de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, o padre Mario Venturini, que dedicou sua vida e apostolado à santificação do clero e fundou, em 1926, a Congregação Jesus Sacerdote. O diácono Mozair Borges Resende, conduziu todo o momento de louvor e gratidão a Deus.
O bispo diocesano, Dom Giovani Carlos, pontuou que, a Igreja celebra o Sagrado Coração de Jesus e nesta solenidade pede a santificação dos sacerdotes. “Sabemos que o coração chagado do Senhor está ligado à nossa salvação, aos sacramentos e ao sacerdócio. Porém, qual a relação da solenidade do Sagrado Coração com a santificação dos sacerdotes? Nós temos duas realidades distintas: o coração que é o órgão do corpo humano, e não é exclusivo dos seres humanos e, por outro lado, o sagrado que é uma atribuição do divino. Realidades distintas como na relação criatura e criador; terreno e celeste; humano e divino; mas, também no drama do pecado que não só ampliou a distinção como foi causa de divisão.
Dom Giovani também sublinhou a importância do sacerdócio: “O sacerdócio de Cristo é fonte e origem da vida cristã. Os padres participam do sacerdócio do sumo e eterno sacerdote. Sabemos que somos de certa forma protegidos pelo ‘ex opere operatis’ que garante aos fiéis a validade dos sacramentos, independente da santidade dos ministros, porém, a unidade com a vontade do Pai ou a santidade do sacerdote facilita e gera o ‘ex opere operantis’, isto é, a eficácia dos sacramentos na vida dos fiéis”.
Dom Giovani concluiu sua homilia dizendo que “o Senhor nos salvou por amor, como nos atesta os textos bíblicos. Justifica-se a frase de São João Maria Vianney: ‘O sacerdócio é o amor do coração de Jesus’. O próprio padroeiro dos padres diz em outra ocasião: “depois de Deus, o sacerdote é tudo! … Ele mesmo não se compreenderá bem a si mesmo a não ser no céu”, afirmou. Concluiu Dom Giovani: “rezar pela santificação dos sacerdotes é pedir que o Sagrado Coração de Jesus esteja mais próximo e seja percebida a sua misericórdia por meio de nós”.
No momento de louvor e gratidão, o diácono Mozair Borges rezou: “Jesus Nosso Senhor, mais uma vez na tua presença nós nos dirigimos. Te apresento, Senhor, todos os sacerdotes que aqui estão, o nosso Pastor, Dom Giovani, e te apresento cada um que hoje deixou muitos afazeres para estar na tua presença. E isso é motivo de louvor, de gratidão. Por isso, nesta manhã eu te louvo porque o Senhor nos atrai. Nosso coração bate mais forte por ti. Nós temos a certeza de que tua promessa é por todo o sempre. Certeza de que hoje o Senhor caminha conosco”.
Por fim houve o “Cântico do Ofício da Imaculada Conceição” e a Solene Bênção do Santíssimo Sacramento. “Deus nos salve sacrário da Santíssima Trindade!”
Santa Missa
Às 11h aconteceu a Santa Missa na Igreja Matriz, presidida pelo bispo diocesano com a participação do clero, dos diáconos, dos seminaristas e de um pequeno número de fiéis. Dom Giovani, em sua homilia, manifestou que o Evangelho deixa muito claro porque do Coração do Senhor brotaram sangue e água. “Isso fez com que a Igreja logo reconhecesse a fonte de vida dos sacramentos, da vida Cristã e do próprio amor de Deus”. Ele disse ainda que o Senhor é a Palavra que se fez Carne. O Senhor manifesta o amor de seu Sagrado Coração como forma também de descanso. O bispo nomeou três formas de cansaços: o físico, o mental e o espiritual. “Há um cansaço espiritual e ele é mais forte do que o cansaço físico e mental. E o pior é quando se perde a referência do verdadeiro descanso. Quando se enxerga o cansaço como o lugar da lei”.
Prosseguindo, ele disse que “a nossa vida precisa da oração, sem a oração funciona mal e há desgaste. A dificuldade e o perigo do desgaste geram falta e carência. O perigo do desgaste é fundir o motor. Todavia, precisamos da oração. Porém, o perigo do desgaste é o mal pastor. O contrário do bom Pastor é se tornar como o ladrão: roubando carinho, amor, e atenção dos outros. Enfim, roubar o que não lhe pertence. O bom Pastor dá a sua vida. Usar do título passageiro que o Senhor lhe deu para tirar de outros o que não o pertence. O bom Pastor pelo contrário, dá a vida, o seu tempo e desgasta a sua vida.
Dom Giovani lembrou aos padres que o descanso também é muito importante em suas vidas. “Precisamos muito de descanso físico e mental, mas o descanso espiritual é o mais importante de todos”. Em seguida ele rezou. “Apresentamos ao Senhor neste dia, especialmente neste tempo de pandemia que estamos cansados. Cansados de esperar que amanhã tudo passará. Cansados de se reinventar para pregar o Evangelho. Cansados de leis que restringem ou não restringem, de brigar, é o cansaço mental. Não escondemos. Estamos cansados e o cansaço se manifesta de diversas formas. O cansaço às vezes se manifesta no desânimo, em compensações indevidas, se manifesta na tibieza e tristeza. Hoje o Sagrado Coração do Senhor vem ao nosso encontro e do seu lado aberto que brotaram sangue e água, ele diz: ‘Vinde a mim vós todos que estais cansados. Eu vos darei descanso.’”
Dom Giovani pediu em oração: “Pedimos ao Senhor que renove as nossas forças, que renove o nosso ânimo, para que continuemos a ser com ele, e como ele Bom Pastor para o povo que ele nos confiou. Que o seu Sagrado Coração alcance a todos por meio dos ministros que ele nos escolheu, nós os sacerdotes do Senhor. Amém!”
Texto: Indra Virgilia Ferreira Liah
Edição: Fulvio Costa
Fotografias: Laura Naves
Pascom Paróquia Sant’Ana
Uruaçu (GO).
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