Uma lei federal de 2007 instituiu no Brasil o dia 6 de dezembro como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. E a data lembra que a violência contra a mulher não se resume apenas às agressões domésticas, mas também assédio sexual, moral, estupros e bullying na internet.
De acordo com a Cáritas Brasileira, há mais de 40 anos ecoam as vozes das mulheres dizendo “quem ama não mata, não humilha e não maltrata”. A diretora secretária do Grupo de Trabalho Mulheres de Cáritas Brasileira, Marilene Alves de Souza, conhecida como Leninha, disse em um artigo publicado recentemente que não reconhecer estes atos de violência aumenta a impunidade.
“É necessário combater as causas da violência e uma delas é o machismo. Para isto precisamos estabelecer pactos nas relações sociais entre homens e mulheres que preservem a vida e que a violência machista seja considerada algo inaceitável por todas e todos”.
O Brasil está entre os países com maior índice de homicídios femininos e ocupa a quinta posição em uma classificação de 83 nações. Só em 2015, o mapa da violência apontou 4700 mulheres assassinadas no Brasil por companheiros e ex-companheiros.
Histórico
O Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres remete a um crime ocorrido em 1989, em Montreal, no Canadá. Marc Lepine, à época com 25 anos, invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica e ordenou que os homens se retirassem e começou a atirar, assassinando 14 mulheres. O rapaz suicidou-se em seguida.
Marc deixou uma carta justificando o ato: não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente masculino.
O crime mobilizou a opinião pública do país e motivou um grupo de homens canadenses a criar a Campanha do Laço Branco que com o lema: “jamais cometer um ato violento contra as mulheres e de não fechar os olhos frente a essa violência.”
Por Canção Nova, com CNBB