Domingo do Mar: a solidariedade do Papa aos marítimos

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“Confio os marítimos, os pescadores e todos aqueles que estão em dificuldades e longe de casa à materna proteção de Maria, Estrela do Mar”, com este tuíte o Papa Francisco recordou a celebração neste 9 de julho do “Domingo do Mar”, em homenagem aos mais de um milhão e meio de marítimos espalhados por todo o mundo.

Para esta ocasião, o Prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Card. Peter Turkson, enviou uma mensagem a todos os capelães, voluntários e parceiros do Apostolado do Mar, em que recorda a importância dos marítimos na nossa vida cotidiana.

“Somos continuamente circundados por objetivos e produtos que, num determinado momento de sua comercialização, foram transportados por via marítima”, escreve o Cardeal. Graças ao duro trabalho e ao sacrifício dos marítimos, “a nossa vida é mais confortável, pois transportam de um país a outro cerca de 90% de todo tipo de mercadoria”.

Distância familiar

Não obstante essa contribuição essencial para a economia mundial, muitos são os desafios vividos pelos marítimos, sendo o primeiro deles a distância da própria família. Já a utilização das redes sociais a bordo, se de um lado os conecta aos familiares em terra, por outro os isola do convívio fraterno na embarcação.

Suicídio

A nossa função, escreve o Cardeal Turkson, especialmente durante as visitas a bordo é tentar criar uma “conexão humana” e reforçar a “comunicação humana” entre os membros da equipagem, para evitar solidão, isolamento e depressão – todos fatores que podem levar ao suicídio. O Prefeito do Dicastério cita um recente estudo publicado na Grã-Bretanha, em que o suicídio resulta ser a principal causa de morte entre os marítimos.

Violação dos Direitos Humanos

Outra questão contida na mensagem é a segurança dos portos, que às vezes impede o acesso ao navio por parte de visitantes. “Embora compreendendo de um lado a necessidade de tornar os portos ‘um local seguro’ para as pessoas e as mercadorias, de outro devemos garantir que ninguém seja vítima de discriminação ou que não possa desembarcar por motivo de nacionalidade, raça ou religião.”

A mensagem denuncia ainda a persistente violação dos acordos internacionais, e a consequente baixa retribuição, exploração e abusos no local de trabalho. Outro risco é a pirataria e os ataques armados.

Congresso Mundial

Por fim, o Cardeal ganês recorda a realização do XXIV Congresso Mundial, que se realizará Kaohsiung – Taiwan, no próximo mês de outubro. O tema será concentrado na pesca e nos pescadores – “uma das profissões mais perigosas do mundo”, assim a define o Cardeal Turkson . Ele cita casos de tráfico de seres humanos e trabalho forçado, que serão analisados no Congresso, assim como uma tentativa de reforçar o trabalho do Apostolado do Mar.

“Peçamos a Maria, Stella Maris, que ampare o nosso serviço e nossa dedicação aos marítimos, aos pescasores e a suas famílias, e que proteja todo o povo do mar para que alcance o ‘porto seguro’ do céu”, assim se conclui a Mensagem.

Por Rádio Vaticano