Nesta terça-feira, 02, quinto dia de trabalhos dos bispos reunidos na 55ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP), o tema central das reflexões é o ecumenismo.
Outros assuntos também estão na pauta do dia. O episcopado irá ouviu as experiências das Pastorais da Sobriedade e Pastoral de Rua e houve votação sobre o texto Ministério da Palavra.
À tarde será apresentada a experiência evangelizadora da cooperação da Igreja do Brasil com a Igreja de Guiné-Bissau. Por meio de uma parceria com a Infância Missionária, a Igreja do Brasil conseguiu 15 mil bíblias, traduzidas para o idioma local, que serão enviadas ao país. As novas formas de comunidade e as novas formas de consagração também serão abordadas ao longo do dia.
Na coletiva das 15h, o tema volta a ter destaque. Participarão da entrevista o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), Dom Armando Bucciol, que abordará o tema: Ministério da Palavra; o bispo de Barra do Piraí – Volta Redonda (RJ), Dom Francesco Biasin, presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Religioso, que abordará os 500 anos da Reforma Protestante; e o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, que falará sobre o momento Brasil.
E no final da tarde, às 18h, acontecerá uma celebração ecumênica, com foco nos 500 da Reforma Protestante.
4º Meeting Point
Em paralelo às atividades tradicionais da 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que acontece em Aparecida (SP), o Bispo de Sorocaba (SP), Dom Julio Endi Akamine, participou nesta terça-feira, 2, do 4º Meeting Point sobre o “Ensino Religioso e a Reforma da Base Curricular Comum”.
O assunto, que repercute em todo Brasil, se tornou um desafio nacional, pois ele visa orientar e elaborar currículos escolares, assim como políticas educacionais, avaliando o aprendizado dos estudantes. De acordo com o Dom Julio, o país tem cerca de 49 milhões de estudantes matriculados na educação básica e oito milhões no ensino superior, o que é preocupante, pois estas pessoas tendem a se adaptar às novas regras escolares.
“A base nacional comum curricular serve para muitas coisas, como indicar com precisão as competências que os alunos devem desenvolver e os conteúdos essenciais para cada etapa da educação, mas a finalidade mais importante é a superação das desigualdades sociais. Infelizmente a situação atual da educação é a de reproduzir ainda as desigualdades sociais e estas bases é um instrumento importante para caminharmos para a superação destas diferenças”, afirma.
Um dos pontos com destaque nesta nova base curricular é a retirada da disciplina Ensino Religioso. O Ministério da Educação (MEC), alega que respeita a lei que determina que o tema seja optativo e que é competência dos sistemas de ensino estadual e municipal defina regulamentação.
De acordo com o Bispo de Sorocaba (SP), o Ensino Religioso não se trata de catequizar os estudantes, mas de informar e ensinar as diferenças das tradições religiosas, colocando o aluno em contato com outras doutrinas e para que isso ocorra, existem um desafio maior. “O desafio maior é poder definir se o Ensino Religioso das escolas públicas devem ser convencional ou não” acrescenta.
Para que a disciplina seja bem lecionada é preciso que haja uma formação de professores, pois não é qualquer um que consegue ensinar tal disciplina, pois ela exige fé e diálogo.
“Precisamos preparar professores que tenham identidade religiosa e que ao mesmo tempo tenham uma grande abertura ao diálogo. O fato de termos convicções religiosas e não abdicar delas, não significa que iremos criar uma “guerra santa” dentro da escola, pelo contrário, é a partir desta identidade que a gente consegue se abrir para o diferente e dialogar com o outro, sem exigir que ele também se abdique das suas convicções religiosas”.
Para Dom Julio, é de extrema importância que crianças e adolescentes tenham contato com tradições religiosas e a ausência desta disciplina nas escolas pode interferir em tais desenvolvimentos.
Por Canção Nova