Em mensagem para as vocações, Papa destaca dimensão missionária

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O Vaticano divulgou nesta quarta-feira, 30, a mensagem do Papa Francisco para o 54º Dia Mundial de Oração pelas Vocações que será celebrado no dia 7 de maio de 2017, sobre o tema “Impelidos pelo Espírito para a missão”.
Na mensagem, o Santo Padre recordou que nos anos anteriores refletiu sobre dois aspectos que dizem respeito à vocação cristã: o convite a “sair de si mesmo” para pôr-se à escuta da voz do Senhor e a importância da comunidade eclesial como lugar privilegiado onde nasce, se alimenta e se exprime o chamado de Deus. Porém este ano, quis se deter na dimensão missionária da vocação cristã.
“Quem se deixou atrair pela voz de Deus e começou a seguir Jesus, rapidamente descobre dentro de si mesmo o desejo irreprimível de levar a Boa Nova aos irmãos, através da evangelização e do serviço na caridade. Todos os cristãos são constituídos missionários do Evangelho. Com efeito, o discípulo não recebe o dom do amor de Deus para sua consolação privada; não é chamado a ocupar-se de si mesmo nem a cuidar dos interesses duma empresa; simplesmente é tocado e transformado pela alegria de se sentir amado por Deus e não pode guardar esta experiência apenas para si: ‘a alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária.’”
Segundo o Pontífice, o compromisso missionário não é algo que vem acrescentar-se à vida cristã como se fosse um ornamento, pelo contrário, situa-se no âmago da própria fé. “A relação com o Senhor implica ser enviados ao mundo como profetas da sua palavra e testemunhas do seu amor”.
Cristão
O Papa frisa na mensagem que teve “a ocasião de lembrar que, em virtude do Batismo, cada cristão é um «Cristóvão», ou seja, «um que leva Cristo» aos irmãos”.
“Isto vale de forma particular para as pessoas que são chamadas a uma vida de especial consagração e também para os sacerdotes, que generosamente responderam «eis-me aqui, envia-me». Com renovado entusiasmo missionário, são chamados a sair dos recintos sagrados do templo, para consentir à ternura de Deus de transbordar a favor dos homens. A Igreja precisa de sacerdotes assim: confiantes e serenos porque descobriram o verdadeiro tesouro, ansiosos por irem fazê-lo conhecer jubilosamente a todos.”
O Papa convidou todos a se abrir à “ação silenciosa do Espírito, que é o fundamento da missão. Não haverá pastoral vocacional nem missão cristã, sem a oração assídua e contemplativa. Neste sentido, é preciso alimentar a vida cristã com a escuta da Palavra de Deus e sobretudo cuidar da relação pessoal com o Senhor na adoração eucarística, «lugar» privilegiado do encontro com Deus”.
Encorajamento
“É esta amizade íntima com o Senhor que desejo vivamente encorajar, sobretudo para implorar do Alto novas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. O povo de Deus precisa ser guiado por pastores que doam sua vida a serviço do Evangelho. Por isso, peço às comunidades paroquiais, às associações e aos numerosos grupos de oração presentes na Igreja: sem ceder à tentação do desânimo, continuem pedindo ao Senhor para que mande operários para a sua messe e nos dê sacerdotes apaixonados pelo Evangelho, capazes de se aproximar dos irmãos, tornando-se assim sinal vivo do amor misericordioso de Deus.”
Segundo Francisco, “é possível ainda hoje voltar a encontrar o ardor do anúncio e propor, sobretudo aos jovens, o seguimento de Cristo. Diante da generalizada sensação duma fé cansada ou reduzida a meros «deveres a cumprir», os nossos jovens têm o desejo de descobrir o fascínio sempre atual da figura de Jesus, de deixar-se interpelar e provocar por suas palavras e gestos e, sonhar, graças a Ele, com uma vida plenamente humana, feliz de doar-se no amor”.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano