Encontro no Vaticano: criar mentalidade que combata a corrupção

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Expoentes da Igreja, da magistratura e  de associações reuniram-se esta quinta-feira no Vaticano, para um grande debate internacional sobre a corrupção, buscando, de forma interdisciplinar, criar sinergias para combater este fenômeno.

O evento – realizado na Casina Pio IV – foi organizado pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, em colaboração com a Pontifícia Academia das Ciências Sociais. No centro da discussão, o esboço do documento “Identidade e objetivos”.

O Cardeal Peter Turkson falou à RV sobre os objetivos do encontro:

“Por isto pensamos neste evento: em substância, trata-se de enfrentar um fenômeno que leva a pisar na dignidade das pessoas por outros motivos. Nós queremos dizer que não se pode nunca pisar, negar, criar obstáculos para a dignidade das pessoas. Portanto, cabe a nós, com este dicastério, saber proteger e promover o respeito pela dignidade da pessoa. E por isto procuramos chamar a atenção para este tema”.

As conclusões do encontro, na parte da tarde, foram confiadas ao Secretário delegado do Dicastério, Dom Silvano Maria Tomasi:

“É para sensibilizar a opinião pública, para começar a identificar passos concretos que possam ajudar a chegar a políticas e leis que possam impedir a corrupção, porque a corrupção é como um verme que se infiltra nos processo de desenvolvimento de países pobres ou países ricos, e que arruína as relações entre instituições ou entre pessoas. Assim, o esforço que estamos realizando é o de criar uma mentalidade, uma cultura que combata a corrupção para promover o bem comum”.

Também o Presidente da Autoridade italiana anticorrupção, Raffaele Cantone, falou sobre o valor deste encontro:

“Pela primeira vez é uma instituição que fala sobre o tema, instituição que tem uma grande importância também como magistério moral, porque nós consideramos que o tema da corrupção deva ser enfrentado também, e sobretudo, no plano da batalha cultural e deve ser enfrentado com uma lógica que não é somente aquela nacional. Acredito que disto tenha se encarregado a Igreja, e sobretudo o Papa. É uma mensagem fundamental a ser enviada a todo o mundo: a corrupção acaba por enfraquecer ainda mais os pobres e representa um furto do futuro, sobretudo em relação aos mais vulneráveis”.

Por Rádio Vaticano