Gays amorizados

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7A Parada Gay de São Paulo fez um enorme barulho. Muito barulho é sinal de que existe um grande vazio. Existe vazio nos causadores do barulho, nos que o ouvem, o acolhem, ou reclamam.  Existem muitos vazios nos tempos atuais, como podemos constatar em nós mesmos. Esses vazios são como que buracos existenciais que somente serão preenchidos se houver o acolhimento de um amor maior.

Quando se perde o sentido da vida ela fica vazia, sem alegria e a pessoa fica sem motivações para viver. Vida vazia é vida aberta para o mundo da droga, da violência, do desrespeito, da exploração que se torna visível em toda atitude de desamor. É preciso novamente amorizar a vida. A  melhor sugestão para se entrar no processo de amorização é viver a partir de Jesus que amou até aqueles que o desrespeitaram e  lhe tiraram a vida.

 A Igreja ama com o coração de Cristo. O que aconteceu em São Paulo, embora com uma linguagem não comum, pode ser um pedido de abertura para deixar Deus entrar na vida e, seguir na mesma, com a leveza de quem ama a Cruz do Cristo e  ama aquela cruz que Ele pediu que todo discípulo a carregasse todos os dias. Os sofrimentos dos homessexuais são cruzes que somente eles conhecem o seu peso e suas dores. Em Cristo e na comunidade de seus discípulos eles encontram o alívio para suas angústias e proteção para as ameaças. As ações da Igreja tem provado isso.

Certamente lá no meio de tantos barulhentos que  estavam na Parada Gay, existiam algumas pessoas gays que eram o Sal da terra e a Luz do mundo como pediu Jesus. No peito de algumas pessoas que ali estavam certamente ardia o amor de Jesus e não concordavam com os absurdos cometidos. Existem muitos homessexuais que vivem de forma digna, cristã e prestam um grande serviço nas famílias e na comunidade.

 Uma presença Cristã no meio dos mais variados setores da sociedade faz as sementes do Reino germinar e crescer. Deus escolhe algumas pessoas, as capacita e as coloca no meio do mundo para ajudar o mundo a ser melhor.

A forma exagerada, desrespeitosa e maldosa de manifestar o sofrimento causou muita estranheza e revelou uma fraqueza de fé, mas Deus ama e se aproxima daqueles que lhes faltam esse valor fundamental e especialmente quando alguém  hospeda a dor, em si. A falta de fé é curável. Muitas vezes uma fé pura salva a vida, como Jesus gostava de dizer “ A tua fé te salvou” (Cf. Mc 5,34; Lc 7,50).

Onde existe uma pessoa que sofre podemos ter certeza que Cristo está sofrendo naquela pessoa. Por este motivo o caminho da Igreja será sempre um caminho de cura, de libertação, de construção da paz e valorização do ser humano. A Igreja jamais vai expor a imagem de um Gay desrespeitando-o porque o ama com o amor de Jesus. Ela só conseguiria ultrajar a imagem de um de seus filhos, mesmo que ingrato, se estive muito vazia do amor de Cristo, mas nunca está. Todas as pessoas querem ser amadas. Jesus merece ser amado por todos nós, apesar da nossa fragilidade humana. É preciso que todos se deem as mãos e vivam em favor do bem, amando, convivendo com as diferenças e se respeitando mutuamente. O caminho do amor é o melhor caminho.

Dom Messias dos Reis Silveira
Bispo de Uruaçu GO