No dia em que a Mãe Igreja celebra a instituição da Sagrada Eucaristia, e faz memória do gesto do Lava-Pés, Dom Messias presidiu a Santa Missa na Catedral Imaculado Coração de Maria na noite desta Quinta-feira Santa (29 de março). Todos esses atos compõem os momentos finais da vida de Jesus, antes de sua Páscoa.
Dom Messias, em sua homilia, comentou as passagens bíblicas do dia, explicando que nesta celebração fazemos memória da instituição da Eucaristia. Segundo ele, Jesus fez a celebração da Última Ceia já no contexto pascal. A Primeira Leitura relata que as pessoas, para serem libertas, fizeram uma celebração pedida por Deus por meio de Moisés e Abraão. Tratava-se do sacrifício de um cordeiro, para que comecem sua carne e se colocassem de pé para a viagem que os libertaria.
Lava-pés
Na Nova Aliança, porém, Dom Messias explicou que Jesus é o Cordeiro que dá a vida para a libertação das pessoas. “Naquele contexto de Páscoa, Cristo tendo a certeza de que a sua hora havia chegado, sabendo já que um dos seus discípulos o trairia, e ali celebrando a Páscoa com os seus discípulos naquela Ceia, ele tem uma atitude que surpreende a todos. Ele depõe o manto, se levanta e começa a lavar os pés dos discípulos”.
A atitude de lavar os pés dos discípulos demonstra o amor profundo de Jesus pela humanidade. É um gesto, no entanto, que não é entendido por Pedro. “Lavar os pés tem um significado profundo de acolhida. Normalmente naquela época, às pessoas peregrinas que chegavam em uma casa, era oferecido água para lavar os pés; se assim fosse feito, ela sentia-se acolhida naquela casa. Jesus, primeiramente, num gesto de serviço, demonstra a seus discípulos este acolhimento. Inclusive, acolhe aquele que o iria trair porque lavou os pés de Judas também. Pedro não compreende aquela situação e oferece resistência para que Jesus lavasse seus pés. Mas o Senhor diz naquele momento que Pedro não compreendia o que Jesus estava fazendo, mas, mais tarde ele compreenderia”, explicou.
Amor gratuito
O bispo também enfatizou em sua homilia que o amor gratuito de Jesus nada quer em troca. “Pedro, em sua fragilidade, negou Jesus e o Mestre o amou, o acolheu, lhe confiou uma grande missão de conduzir e apascentar o rebanho. Jamais Jesus jogou no rosto de Pedro: ‘você me traiu, você me traiu’. Não, pelo contrário, Jesus o amou e lhe confiou uma missão”. Em nossos dias, continuou o bispo, “Somos nós hoje que em nossa fragilidade, em nossa condição de seres peregrinos e pecadores, também encontramos acolhida em Jesus que lava os nossos pés e pede que todo discípulo faça o mesmo gesto que ele fez. É preciso ter humildade para por os pés na bacia de Jesus. É preciso ter humildade para receber e acolher o seu amor”.
Assessoria de Comunicação Diocesana