Jesus é o rosto visível da Misericórdia Divina. Ao deparar-se com alguém que sofre, Jesus jamais passou adiante, ao contrário, Ele sentia como próprio o sofrimento alheio. Também nunca deixou de oferecer ajuda, alívio aos sofredores. A missão de Jesus – assim como hoje, a missão da Igreja – funda suas raízes na ternura e compaixão de Deus pela humanidade. Toda vocação à vida consagrada é fruto da Misericórdia Divina. É fruto do olhar misericordioso de Jesus; é dom de Deus para a Igreja. Aliás, como enfatiza o Papa Francisco, toda vocação nasce, cresce e é sustentada pela Igreja. De modo particular, a experiência de São Paulo destaca, sobremaneira, a importância da Igreja para o nascimento e a perseverança vocacional. É na comunidade que nos tornamos discípulos e discípulas de Jesus Cristo. São Paulo, após a conversão, é acolhido e protegido pela comunidade cristã de Damasco (cf. At 9,1-25). É a Igreja que anima e protege as vocações. É na paróquia e nas pessoas que lhe dão rosto – pais e mães, agentes de pastoral, catequistas, ministros extraordinários da comunhão, diáconos, padres, entre outros – que se pode fazer a descoberta do mistério de Jesus Cristo e da alegria da vocação cristã. É sempre no âmbito de uma comunidade de fé que as pessoas são introduzidas na celebração litúrgica, na oração, na prática da fraternidade; enfim, são introduzidas no mistério da Igreja. É sempre numa comunidade de fé, comunidade missionária e misericordiosa que as vocações nascem, crescem e se fortalecem. É sempre no seio de uma comunidade de fé que se aprende a amar como Jesus amou, viver como Jesus viveu. Por isso mesmo, todo vocacionado é estimulado a olhar o mundo com os olhos de Cristo: olhos de misericórdia! E assim, também enxergará uma imensa realidade necessitada de ser iluminada e transformada pelo Evangelho. Uma realidade carente de missão. Por fim, uma comunidade misericordiosa é também uma comunidade orante. A vocação consagrada é um acontecimento de oração. Os discípulos são, por assim dizer, gerados na oração:“Naqueles dias, Jesus foi à montanha para orar. Passou a noite toda em oração a Deus. Ao amanhecer, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, aos quais deu o nome de após- 4 tolos” (Lc 6, 12-13). E Jesus pediu que rezássemos pelas vocações: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita”(Lc 10,2). O primeiro serviço de animação vocacional é pedir ao Senhor que envie operários à sua messe. É o que faremos através desse subsídio, elaborado justamente para o mês vocacional. Um feliz mês vocacional para todos!
Dom José Roberto Fortes Palau
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo
Bispo referencial da PV/SAV na CMOVC
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