Campanha da Fraternidade 2019: o desafio de promover políticas públicas

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A Campanha da Fraternidade deste ano tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e como lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27) tem como objetivo geral: “Estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade”.

Mas o que são políticas públicas? São as ações discutidas, aprovadas e programadas para que todos os cidadãos possam ter vida digna. São soluções específicas para necessidades e problemas da sociedade. É a ação do Estado que busca garantir a segurança, a ordem, o bem-estar, a dignidade, por meio de ações baseadas no direito e na justiça.

Política pública não é somente a ação do governo, mas também a relação entre as instituições e os diversos atores, sejam individuais ou coletivos, envolvidos na solução de determinadores problemas. Para isso, devem ser utilizados princípios, critérios e procedimentos que podem resultar em ações, projetos ou programas que garantam ao povo os direitos e deveres previstos na Constituição Federal e em outras leis.

A Campanha da Fraternidade sobre Políticas Públicas acontece no ano em que o papa Francisco proclamou o mês de outubro como Mês Missionário Extraordinário. O Santo Padre, ao institui-lo, ofereceu o tema: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. Os batizados em sua missão no mundo participando da construção de Políticas Públicas que construam a fraternidade.

Quaresma e Campanha da Fraternidade
A Quaresma é um tempo favorável para os cristãos saírem da própria alienação existencial. A força do Evangelho desperta para a grandeza e para a profundidade da vida em Cristo. Graças à escuta da Palavra de Deus, somos levados a intuir a preciosidade da existência cristã e vivermos na liberdade e na verdade de sermos filhas e filhos de Deus. O tempo favorável é a possibilidade de nos deixarmos tomar pelo amor do Crucificado e pela transformação do Ressuscitado.

A superação da alienação na graça da meditação da Palavra nos conduz pelos caminhos das obras de misericórdia. As obas de misericórdia são itinerários para uma vida plena, desviando-nos de uma vida alienada e da morte. Uma vida dinamizada pela força do Evangelho através das obras de misericórdia.

Obras de misericórdia corporais e obras de misericórdia espirituais. “Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e nas irmãs necessitados de serem nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as obras espirituais nunca devem ser separadas. Com isso, é precisamente tocando no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. Por essa estrada, também os “soberbos”, os “poderosos” e os “ricos”, de que fala o Magnificat, têm a possibilidade de se aperceberem que são, imerecidamente, amados pelo Crucificado, Morto e Ressuscitado também por eles.

Na busca de conversão, de transformação, a Igreja no Brasil oferece no tempo da Quaresma às comunidades a realidade das Políticas Públicas como meditação. Aquelas ações discutidas, decididas, programadas e executadas para toda a sociedade brasileira.

A fraternidade nascida e alimentada da misericórdia forma a Assembleia dos fiéis. Ela é sinal extraordinário do Reino que está presente e que há de vir. Um Reino vindouro, visibilizado nas obras de misericórdia. As obras de misericórdia acolhendo, cuidando, alimentando, vestindo, aconselhando, perdoando: uma casa de irmãos e irmãs; uma fraternidade. O cuidado, a misericórdia, baseados no direito e na justiça.

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