O Centro de Acolhida “Casa Bom Samaritano” foi inaugurado em fevereiro de em 2021. O espaço funciona como moradia temporária para pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela, que são interiorizadas voluntariamente de Roraima ao Distrito Federal com a perspectiva de alcançarem a sua integração plena na sociedade brasileira.
Neste projeto, intitulado “Acolhidos por meio do Trabalho”, a Casa recebeu um novo grupo na última quarta-feira, 19 de maio. Nestes dois primeiros anos de funcionamento, o Centro de Acolhida recebeu 341 pessoas, das quais, 88 pessoas compondo 27 famílias em 2021; Neste ano, até o momento, foram acolhidas 253 pessoas, compondo 99 famílias.
A irmã Rosita Milesi, diretora do IMDH, que participa na gestão do Centro de Acolhida Casa “Bom Samaritano”, expressa sua satisfação e a de toda a equipe por receber novas famílias. “É uma oportunidade de nos colocar a serviço dos irmãos e irmãs migrantes e refugiados acolhendo-os e encaminhando-os aos serviços que a Casa pode oferecer, sempre no desejo e na esperança de que possam encontrar uma mão estendida, uma nova oportunidade de superar as dificuldades do processo migratório e recuperar sua autoestima, e de sua família, e a alegria de caminhar rumo à sua integração”, reforça.
O projeto é implementado pela AVSI Brasil e Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH)/Irmãs Scalabrinianas. Conta com a colaboração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que cedeu, temporariamente, o imóvel que abriga o centro. É financiado pelo Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM), do governo dos Estados Unidos, para fortalecer as ações da força tarefa humanitária “Operação Acolhida”, liderada pelo Governo Federal.
Venezuelanos acolhidos
Desde a inauguração até hoje, 341 pessoas já foram acolhidas na Casa Bom Samaritano – dessas, 227 já se estabeleceram em espaços alugados e vivem autonomamente, graças ao apoio recebido da Casa no sentido de pelo menos uma pessoa da família ter emprego.
Este é um compromisso do Centro de Acollhida: assegurar que a família tenha uma fonte de renda garantida através de uma pessoa contratada em emprego formal. 78 pessoas foram admitidas para trabalhar em 21 empresas parceiras na região do Distrito Federal e nos estados de São Paulo e Goiás.
Um exemplo é o de Daniel Jose Maz e sua esposa (na foto ao acima, à direita), do primeiro grupo. Eles foram acolhidos na Casa Bom Samaritano. Depois de dois meses foram selecionados para trabalhar em uma empesa em Goiânia (GO), onde a família conquistou a autonomia definitiva.
A partir de um sistema rotativo, famílias venezuelanas vindas de Roraima são acolhidas em período não superior a três meses, integrando-se ao desenvolvimento de atividades multidisciplinares na casa “Bom Samaritano”. O modelo de cogestão, inovador em um centro de acolhida, foi desenvolvido a partir das experiências da metodologia APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados).
A partir de 2022, o espaço também passou a receber grupos em trânsito que tinham outras localidades como destino final, funcionando assim como casa de passagem por alguns dias, numa ação coordenada pela Força-tarefa Logística Humanitária da Operação Acolhida e Organização Internacional para as Migrações (OIM). Nesta modalidade, 113 foram atendidas no Centro de Acolhida Casa Bom Samariatno.
Fonte: CNBB