No próximo dia 05 de fevereiro, às 09h, o bispo de Registro (SP), dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, presidirá celebração eucarística com rito de abertura da porta santa da Basílica do Senhor Bom Jesus de Iguape, por ocasião dos 375 anos do encontro da imagem do Senhor Bom Jesus.
Com a abertura da porta santa, portanto, terá início um Ano Jubilar extraordinário, que se encerrará em 06 de janeiro de 2023, durante o qual os fiéis poderão obter uma indulgência plenária seguindo as usuais condições estabelecidas pela Penitenciaria Apostólica, em decreto que autoriza a celebração.
O ano jubilar
Ao solicitar à Santa Sé os privilégios de um Ano Jubilar Extraordinário, dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior manifestou o desejo de “promover a renovação espiritual dos fiéis e incrementar sua vida na graça”.
Segundo o decreto assinado pelo Cardeal Mauro Piacenza, em 10 de janeiro de 2022, os fiéis poderão lucrar indulgências plenárias visitando a Igreja e cumprindo as condições habituais, ou ainda, estando enfermos e impossibilitados de participar fisicamente, poderão também se beneficiar ao acompanhar as celebrações litúrgicas através dos meios de comunicação social, oferecendo seus sofrimentos ao Senhor ou realizando obras de misericórdia corporais e espirituais.
Programação Especial
Além da solene Abertura da Porta Santa, ao longo de todo ano de 2022 estão previstas atividades especiais para a acolhida das peregrinações.
O ponto alto das celebrações ocorrerá entre os dias 28 de julho e 06 de agosto de 2022, quando acontece a Novena e Festa do Senhor Bom Jesus. A pregação das novenas contará com a presença de bispos e arcebispos de diversas dioceses do Brasil.
A Basílica do Senhor Bom Jesus de Iguape está localizada no Largo da Basílica, s/n, Centro Histórico, na cidade de Iguape/SP. De São Paulo ou do Sul do Brasil, o acesso pode ser feito através da BR 116, saída 471.
A imagem do Senhor Bom Jesus
Segundo narra a tradição, uma imagem do Senhor Bom Jesus da Cana Verde deixou Portugal no final do ano de 1646, a bordo de um grande navio. Ao se aproximar da costa nordestina brasileira, o navio foi atacado por piratas holandeses que dominavam Pernambuco.
Na tentativa de preservar a imagem, os tripulantes do navio lançaram-na ao mar, dentro de uma caixa de madeira com algumas botijas de azeite. A imagem permaneceu à deriva por nove meses.
Certa manhã, dois índios seguiam para a vila de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo, quando avistaram um vulto no mar. Trouxeram a caixa para a areia e abriram-na, deparando-se com a imagem do Senhor Bom Jesus. Colocaram a imagem em pé, voltada para a direção do nascer-do-sol e seguiram viagem.
Ao retornarem, notaram que a imagem tinha seu rosto voltado para o pôr-do-sol, porém, em seu entorno, não havia qualquer marca ou indício de que a imagem havia sido movida por mãos humanas. Os índios imediatamente retornaram à Iguape para noticiar o ocorrido.
Um grupo de pessoas dirigiu-se ao local e encontrou tudo como os índios haviam descrito. Tendo em vista o desenvolvimento da Vila de Itanhaém, pensou-se em levar a imagem do Senhor Bom Jesus para lá. Acontece que cada vez que tentavam levar a imagem, seu peso tornava-se tão grande, que lhes era impossível tirá-la do lugar.
Porém, quando tentavam levar a imagem para o vilarejo de Iguape, está tornava-se extremamente leve. Com isso, os fiéis entenderam que o Bom Jesus desejava permanecer em Iguape. Assim foi feito. Ao chegar no vilarejo, a imagem foi lavada na Fonte (local existente até hoje) e levada para a antiga Matriz Paroquial, onde foi introduzida no dia 02 de novembro de 1647.
A partir de então, inúmeros fiéis acorrem à imagem milagrosa do Senhor Bom Jesus, a ponto da sua festa, realizada todos os anos, entre os dias 28/07 e 06/08, ser considerada a segunda maior do Estado de São Paulo, depois de Nossa Senhora Aparecida.
No ano de 1787, foi construída a atual matriz paroquial de Nossa Senhora das Neves e após 175 anos, na comemoração dos 315 anos do encontro da imagem, São João XXIII concedeu à Igreja o título de Basílica Menor do Senhor Bom Jesus de Iguape, em 29 de novembro de 1962.
Por Rubens da Cruz
Fonte: CNBB