Corpus Christi é oportunidade para celebrar um dos sacramentos que fundamenta a fé católica, a Eucaristia

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A Igreja no Brasil celebra no dia 16 de junho, quinta-feira, a Solenidade de Corpus Christi, que sempre ocorre 60 dias após a Quinta-feira Santa, ou seja, após a Instituição da Eucaristia. A quinta-feira é o dia dedicado à Eucaristia e, normalmente, nesses dias, as paróquias promovem adoração ao Santíssimo Sacramento e a bênção do Santíssimo.

Segundo o cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, deve-se celebrar com alegria a Solenidade de Corpus Christi, pois “ela é a razão da nossa fé, é a Festa do Corpo e Sangue de Cristo, aquilo que Ele nos deixou em memória na última ceia e o que recordamos em toda a Eucaristia”.

“Por isso, celebremos com alegria essa data, testemunhemos a nossa fé, participemos da missa e da procissão de Corpus Christi. Temos que aproveitar esses momentos para mostrar às pessoas a razão da nossa fé, em que cremos.  Por ser um dia santo de guarda, devemos ir à missa de preceito e participar da procissão”, afirma o cardeal.  

Procissão de Corpus Christi, na Paróquia São Vicente de Paulo, em São José dos Campos. Crédito: Diocese de São José dos Campos

Esse ano, depois de dois anos de pandemia, as paróquias poderão celebrar melhor essa Solenidade, confeccionando os já conhecidos tapetes de Corpus Christi.

“É bonita a procissão de Corpus Christi ao final da tarde, o povo de Deus com as velas acesas, cantando, rezando e testemunhando a fé, e à frente o Santíssimo Sacramento. O Ostensório tem a forma de um “sol” que vem para iluminar as nossas vidas, na procissão Ele vai à frente iluminando o nosso caminho e a nossa vida”, explica o cardeal Orani.  

História

A festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV, no dia 8 de setembro de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.  

“Mas a data da Solenidade de Corpus Christi surgiu quando a Igreja se deu conta de que era necessário que os fiéis sentissem a presença real de Jesus Cristo na hóstia santa. Entre as possíveis origens para a solenidade de Corpus Christi está a história de um sacerdote chamado Pedro de Praga, que questionava a presença real de Jesus Cristo na hóstia consagrada. Ele decidiu ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé. Quando celebrava a eucaristia, no entanto, no momento da consagração a resposta veio como um milagre, a hóstia branca tornou-se carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, o sanguíneo e a toalha do altar. Diante desse fato, o Papa Urbano IV pediu que os objetos “milagrosos” fossem para Oviedo, na Espanha, em solene procissão, que foi a primeira com sinais de Eucaristia”.

Procissão de Corpus Christi, na Paróquia São José Operário, em Jacareí. Crédito: Diocese de São José dos Campos

A procissão –  A procissão de Corpus Christi lembra a caminhada do povo de Deus, rumo à terra prometida, com a arca da aliança à frente, que hoje para os católicos é o Santíssimo Sacramento. O Antigo Testamento diz que o povo peregrino foi alimentado com maná, no deserto. Com a instituição da Eucaristia, o povo é alimentado com o próprio corpo de Cristo. O maná só saciava a fome naquele momento, o Corpo de Cristo sacia até a vida eterna.  

O Corpo de Cristo

O dia de Corpus Christi é uma oportunidade para os cristãos celebrarem um dos sacramentos que fundamentam a fé católica, a Eucaristia. A expressão Corpus Christi vem do latim e quer dizer Corpo de Cristo.  Muito mais do que a ocasião das famosas procissões pelos “tapetes”, a data é um convite à reflexão sobre a obra que Jesus Cristo nos deixou. 

“A solenidade de Corpus Christi leva-nos a entender sobre a partilha, pois da mesma forma que partilhamos a Eucaristia, temos que partilhar com os irmãos o pão material (…). Dessa forma, o feriado de Corpus Christi não é um feriado qualquer em que simplesmente estaremos de folga de nossos trabalhos, mas para o cristão esse feriado é um dia de ir à celebração eucarística, sair as ruas com o Santíssimo Sacramento e testemunhar a fé em Jesus Cristo, vivo e ressuscitado presente na hóstia santa.”, afirma o cardeal Orani.  

A celebração eucarística, segundo dom Orani, é um “banquete” em que somos convidados a entrar e sentar para partilhar o alimento que é oferecido. “Que tenhamos sempre a Eucaristia como nosso alimento”. 

“Celebremos com alegria a Solenidade de Corpus Christi e testemunhemos a razão da nossa fé para todas as pessoas. Peçamos a Jesus que nunca falte esse alimento salutar para nós e que nos sacia até a vida eterna”, exortou dom Orani.

 

 

Foto de capa: Ernani Roberto

Fonte: CNBB