Os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), arrecadados durante a Campanha da Fraternidade 2019, contribuíram na realização do Projeto de Prevenção à depressão e à ideação de suicídio, iniciativa do Instituto Nacional de Saúde Psíquica (Inasp). A entidade está configurada como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e promove acolhimento de pessoas que sofrem com transtornos mentais leves, moderados e graves.
De acordo com o Inasp, o objetivo do projeto é a prevenção ao suicídio. “A OSCIP tem como foco principal pessoas que não podem pagar por esse tipo de tratamento e se encontram em instabilidade emocional e vulnerabilidade social”, informa o instituto.
Em seu trabalho, o Inasp trata das questões emocionais com encontros mensais do grupo “A arte de amar”. Nestes momentos, o indivíduo é levado a refletir sobre suas questões emocionais internas e sobre os relacionamentos com as outras pessoas e familiares. A entidade também oferece cursos gratuitos como cuidador de idoso e economia doméstica, por exemplo.
“O acolhimento de pessoas que sofrem de doenças psíquicas pela rede de saúde pública do Distrito Federal é bem precário e nunca acontece da forma como deveria por causa de uma série de fatores. Devido ao alto número de suicídio na nossa cidade e visualizando a precariedade da saúde mental desde a atenção primária é que surgiu esse projeto como forma de acolher pessoas que sofrem de depressão e pessoas com ideação de suicídio e oferecer melhor qualidade de vida e a diminuição dos autoextermínios tão frequentes”, explicou o Inasp na apresentação do projeto ao Conselho Gestor do Fundo Nacional de Solidariedade.
A realidade tocada pelo projeto está inserida em um contexto no qual o Brasil é considerado o país mais ansioso e estressado da América Latina, com 9,3% da população afetada. Em relação à depressão, são 5,8% dos brasileiros, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde. Em 2016, foram contabilizadas 11.433 mortes por suicídio no Brasil.
Investimentos em cuidado da vida
“Os recursos têm nos ajudado muito porque nós somos uma instituição bastante carente, atendemos pessoas muito carentes, principalmente no tratamento de depressão, pessoas que tentaram suicídio. E essa verba nos ajudou muito nas oficinas terapêuticas, nas dinâmicas de grupo, musicoterapia e dança sênior”, conta a psicóloga Dalzi Neres Moreira, responsável pelo projeto.
Segundo Dalzi, com os recursos foi possível a compra de materiais para os trabalhos manuais terapêuticos, como a fabricação de bijuterias, diademas, colares e chaveiros de fuxico; material de maquiagem e para corte de cabelo “para trabalharem a autoestima”; duas macas, uma massagem terapêutica e outra para a terapia Reike. O Inasp também comprou máquina de costura para a produção de aventais e tapetes; materiais para dinâmica de grupo, como balões, cartolina e pincéis; instrumentos musicais para aula de musicoterapia, entre outros recursos que contribuem para auxiliar no tratamento dos pacientes.
“Essa ajuda da CNBB é uma ajuda maravilhosa, é uma coisa que eu falo que vem de Deus, porque a gente que não tem verba nenhuma precisa muito dessa ajuda abençoada”, agradece Dalzi.
A responsável pelo projeto ainda partilha que tiveram vários êxitos em pacientes, “inclusive alguns são voluntários hoje por gratidão por todo o tratamento, o trabalho”.