Mais do que promover a colegialidade entre bispos, secretário-geral da CNBB afirmou que a 59ª AG foi vivida em espírito sinodal

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O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil concedeu uma entrevista ao jornalista Bruno Feittosa, da assessoria de Comunicação da entidade, na qual fez um balanço da primeira etapa da 59ª Assembleia Geral realizada de forma totalmente on-line de 25 a 29 de abril.  O tema central do encontro do episcopado foi “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, o mesmo tema da 16ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, o Sínodo 2023, convocado pelo Papa Francisco.

A opção pela escolha do mesmo tema do Sínodo 2023, segundo o dom Joel se deu em razão de buscar um alinhamento e atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE 2019-2023) da Igreja no Brasil à luz dos caminhos da Igreja que serão propostos pelo Sínodo 2023. As DGAE serão renovadas na 60ª assembleia do episcopado brasileiro em 2023. Além do tema central, os bispos também aprofundaram, durante a 59ª AG CNBB,  seis temas prioritários, entre eles o relatório anual do Presidente, o informe econômico e assuntos das Comissões Episcopais para a Liturgia, para a Tradução dos Textos Litúrgicos (CETEL) e para a Doutrina da Fé (CEPDF). Outros 40 temas também fizeram parte da pauta do encontro.

O secretário-geral afirmou que a 59ª AG CNBB foi o ponto de partida de avaliação das DGAE cujo prazo de vivência se encerra em 2023. “Um ano antes, portanto agora, é o tempo de fazer a revisão, pensando um pouco sobre o que é que vai ser construído. Como a Igreja no mundo todo está vivendo o processo de preparação para o Sínodo 2023, o que nos fizemos foi juntar as duas coisas: olhar as atuais diretrizes, pensar o que vai ser no futuro, tendo como referência, aquilo que na linguagem do Papa Francisco, chamamos de Igreja Sinodal”, disse.

Segundo dom Joel, a pandemia, além do efeito sanitário e do impacto do vírus, ampliou muitas questões políticas, econômicas, sociais e religiosas. “É hora de nos voltarmos à estas questões e, como uma Igreja profundamente comprometida com a realidade do Brasil, pensar em cada uma delas e verificar até que ponto as atuais diretrizes, que são profundamente inovadoras e centradas nas conclusões de Aparecida, precisam ser mantidas e atualizadas”, apontou.

Na segunda etapa da 59ª AG CNBB, a ser realizada de modo presencial em Aparecida (SP), de 29 de agosto a 2 de setembro deste ano, segundo dom Joel, serão vivenciados três grandes verbos: votar aquilo que a atual legislação da CNBB não permite ser votado virtualmente, conviver e rezar com os irmãos e irmãs. “Vamos como romeiros à casa da mãe Aparecida agradecer por tudo aquilo que a Graça de Deus fez em nós durante esse período tão difícil da pandemia” disse.

Destaques sobre os aprendizados

“Eu destacaria, para começar, dois aprendizados. Primeiro, é nítido terminar a Assembleia que nós aprendemos muito. Fomos pegos de surpresa com o vento da pandemia. Mesmo entre as primeiras lives e a Assembleia do ano passado e esta etapa, dá para a gente perceber o quanto aprendemos: assuntos tratados com maior profundidade, maior participação das pessoas, alternância entre salas simultâneas, reunindo os quase 360 participantes da assembleia são sinais do quanto aprendemos no mundo virtual. Segundo, ratificamos o quanto é importante fazer assembleia, ouvirmos uns aos outros e ouvirmos o Espírito Santo”, avaliou

Mais do que uma colegialidade, dom Joel destacou que a Assembleia já em si é realizada no espírito sinodal, promovendo o diálogo e a participação entre os bispos, os assessores, representantes de organismos e colaboradores da entidade.  “Essa Assembleia foi para nós, transversalmente, uma lição de como ser assembleia e como viver a comunhão”, avaliou.

Sobre os grandes encontros previstos para este ano, na Igreja no Brasil, como o XVIII Congresso Eucarístico, Assembleia dos Organismos do Povo de Deus, Encontro Nacional dos Presbíteros, entre outros, o secretário-geral reforçou que a pandemia nos segurou um pouco e agora está na hora de dar um novo impulso à ação evangelizadora da Igreja. “Agora, com todos os cuidados ainda necessários, estamos sentido a necessidade de não apenas cronologicamente realizar os encontros que estão previstos para 2019/2020, mas também de dar um novo impulso à evangelização”, disse.

Dom Joel, ao final do balanço, comentou a Mensagem ao Povo Brasileiro divulgada ao final da assembleia.

Conheça o balanço na íntegra:

 

 

Fonte: CNBB