Papa recebe dos bispos do Nordeste 3 um pandeiro em sinal da alegria do Evangelho e da Igreja no regional

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Desde segunda segunda-feira, 23, os bispos do regional Nordeste 3 (Bahia e Sergipe) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estão em Roma para a visita Ad Limina Apostolorum. No primeiro dia da visita, o bispo da diocese de Bom Jesus da Lapa (BA), dom João Cardoso, presidiu a missa diante do túmulo de São Pedro, na Basílica Vaticana. O Regional Nordeste 3 soma 17 milhões de habitantes. Cerca de 65% dos baianos se declaram católicos, enquanto os católicos sergipanos são 77%.

Durante a semana, eles visitaram diversos Dicastérios e Congregações da Cúria Romana, como  a Sagrada Congregação para o Clero, o Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, o Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral. Nestas visitas, conforme relatos das dioceses, os bispos estão refletindo temas pertinentes para a Igreja do Brasil e para o mundo.

Como ponto alto da visita, nesta sexta-feira, 27, os prelados se encontraram com o Papa Francisco. Pelas mãos do bispo de Juazeiro, dom Carlos Alberto Breis Pereira e do bispo de Feira de Santana, dom Zanoni Demettino,  o Papa recebeu um pandeiro como “sinal da alegria da Bahia, sinal da alegria do Evangelho” e ainda uma imagem de são Francisco dormindo, “representando assim os sonhos da Igreja de Francisco”. O Pontífice não só sorriu ao receber o instrumento, como arriscou alguns movimentos.

Gratidão ao profetismo do Papa

Para o presidente do regional Nordeste 3, o bispo da diocese de Bom Jesus da Lapa, dom João Cardoso, a audiência com o Papa foi “o ponto mais alto da visita”. “Nós nos sentimos confirmados na fé e na nossa missão apostólica com o magistério do Santo Padre. E expressamos isso para ele”, afirmou dom João.  E os motivos de gratidão, segundo ele, são inúmeros: a Exortação Apostólica Evangelii gaudium, as encíclicas Laudato si e Fratelli tutti, o Sínodo sobre a Amazônia.

“Ressaltamos ao Papa como é importante o seu profetismo e, sobretudo, o seu protagonismo em favor da paz no mundo. Repercutiu tão positivamente em nossas igrejas o ato solene de consagração da humanidade, particularmente da Rússia e da Ucrânia, ao Imaculado Coração de Maria.”

A Francisco, os bispos partilharam também os desafios que a região enfrenta, acentuados pela crise econômica em decorrência da pandemia, como o avanço das seitas pentecostais. Falou-se ainda do meio ambiente e das enchentes que atingiram a Bahia e a solidariedade manifestada inclusive internacionalmente.

Anúncio do Evangelho no ambiente digital

Fenômenos pós-modernos que afetam a Igreja, como secularismo, fundamentalismo, extremismos, relativismos, também foram mencionados, assim como o desafio do anúncio do Evangelho na cultura digital. Para dom João, as redes sociais que deram voz à “idiocia”, ao “pregador de internet”. A crise antropológica, o desprezo pela vida humana, corrupção e a permanente instabilidade política também foram mencionados.

“O Papa nos acolheu com muita fraternidade, com muita alegria, mostrando grande simpatia pela caminhada da Igreja no Brasil e de forma especial no Regional Nordeste 3. Que esta visita Ad Limina nos ajude a crescer na comunhão e na unidade, no espírito de sinodalidade, querido pelo Papa e já preconizado pelo Concílio Vaticano II e pelo Papa Paulo VI.”

Com informações do VaticanNews, arquidiocese de Salvador e diocese de Rui Barbosa (BA)

 

 

 

 

Fonte: CNBB