O Papa Francisco recebeu no final da manhã do último sábado, no Vaticano, os voluntários do “Telefone Amigo Itália”, por ocasião dos seus 50 anos de atividades.
No seu discurso aos cerca de 400 presentes na Sala Clementina, no Palácio Apostólico o Santo Padre afirmou que essa Associação está comprometida a apoiar todos aqueles que se encontram em condições de solidão, confusão e que necessitam de escuta, compreensão e ajuda moral.
“Trata-se de um serviço importante, especialmente no contexto social de hoje, – disse o Papa -, marcado por múltiplas dificuldades cujas origens muitas vezes se encontram no isolamento e na falta de diálogo”.
Indispensável promover o diálogo e a escuta
As grandes cidades, – continuou Francisco -, apesar de serem superpovoadas, são emblema de um gênero de vida pouco humano à qual os indivíduos estão se acostumando: indiferença generalizada, comunicação cada vez mais virtual e menos pessoal, falta de valores sólidos sobre os quais basear a existência, cultura do ter e do aparecer. Neste contexto, – reafirmou – é indispensável promover o diálogo e a escuta.
“O diálogo permite conhecer e entender as recíprocas necessidades. Primeiro, demostra um grande respeito, porque coloca as pessoas em um comportamento de abertura recíproca, para receber os aspectos melhores do interlocutor. Além disso, o diálogo é expressão de caridade, porque, mesmo não ignorando as diferenças, pode ajudar a buscar e compartilhar caminhos em busca do bem comum”.
Dialogar ajuda as pessoas a humanizar as relações
Francisco acrescentou que através do diálogo, “podemos aprender a ver o outro não como uma ameaça, mas como um dom de Deus, que nos interpela e nos pede para ser reconhecido”. Dialogar ajuda as pessoas a humanizar as relações e a superar mal-entendidos. Se houvesse mais diálogo – um diálogo real! – nas famílias, no ambiente de trabalho, na política, seriam resolvidas mais facilmente tantas questões, afirmou o Santo Padre.
Ouvir o outro requer paciência
Mas a condição do diálogo – acrescentou o Pontífice – é a capacidade de escutar, que infelizmente não é muito comum. Ouvir o outro requer paciência e atenção. Somente quem sabe se calar sabe escutar: escutar Deus, escutar o irmão e a irmã que precisam de ajuda, escutar um amigo, um membro da família.
“O próprio Deus é o melhor exemplo de escuta: cada vez que rezamos, Ele nos ouve, sem pedir nada e até mesmo nos precede e toma a iniciativa em atender os nossos pedidos de ajuda. A atitude de escuta, da qual Deus é o modelo, exorta-nos a derrubar os muros dos mal-entendidos, a criar pontes de comunicação, superando o isolamento e o fechamento no nosso mundo pequeno”.
O Papa finalizou que através do diálogo e da escuta podemos contribuir à construção de um mundo melhor, tornando-o lugar de acolhida e respeito, contrastando assim as divisões e os conflitos.
Por Rádio Vaticano