Começa no próximo domingo (18) a Jornada Mundial de Oração pela Paz na cidade italiana de Assis, 30 anos depois da primeira edição convocada por São João Pauo II para reunir em comunhão os principais líderes religiosos. Para o encontro deste ano são esperados 450 representantes de instituições e do mundo da cultura provenientes de diversos países.
Assis é a resposta ao terrorismo
Padre Enzo Fortunato, diretor da Sala de Imprensa do Convento de Assis, faz um balanço do caminho de paz desses 30 anos:
“A gente leva no coração aquilo que aconteceu nos anos anteriores. Em 1986, Guerra Fria: o Papa escolhe Assis e, depois de alguns anos, tem a queda do Muro de Berlim – o símbolo da Guerra Fria. Em 1993, a guerra na Bósnia Herzegovina: o Papa de novo em Assis, sob as marcas de São Francisco, com São Francisco, e logo depois teríamos o Acordo de Dayton. Ainda em 2002, depois do atentado às Torres Gêmeas, uma oração comum de todas as fé religiosas em Assis poucos meses após o 11 de setembro e depois de alguns anos da queda de Al Qaeda, do terrorismo de Al Jazeera. Agora, a gente tem pela frente um novo desafio: o desafio do terrorismo, do autoproclamado Estado Islâmico, e Assis é a resposta ao terror. Essas edições precedentes nos dizem que a força frágil da oração, como chamou o Card. Parolin, é a resposta mais imponente e mais importante à resposta prepotente das armas.”
“Sede de paz. Religiões e Culturas em diálogo”
O tema da Jornada de três dias deste ano – organizada pela Comunidade de Santo Egídio, dioceses locais e Famílias Franciscanas – será “Sede de paz. Religiões e Culturas em diálogo”. Uma conjugação de grandes desafios em busca de uma convivência pacífica entre países, povos e religiões que hoje se vê ameaçada.
O programa vai abrir espaço para diálogos entre cristãos, hebreus, muçulmanos, religiões asiáticas, da África, Europa e Ásia, sobre ecumenismo e também sobre o terrorismo que nega Deus. O encontro inter-religioso ainda vai debater grandes temas econômicos, sociais, ambientais, as desigualdades, a pobreza, os migrantes e refugiados, o papel da mídia nas guerras.
Papa Francisco no encerramento em Assis
No dia 20, na conclusão do evento, Papa Francisco se fará presente em Assis, como nos conta o arcebispo local, Dom Domenico Sorrentino:
“É a terceira vez que recebemos Papa Francisco: naturalmente estamos muito agradecidos. Hoje o acolhemos com mais esperança, porque o espaço e o horizonte se abrem num mundo que se tornou sempre mais globalizado, mas que também tem atravessado sempre mais dialéticas e pressões que fazem temer pelo nosso futuro. Realmente essa experiência de unidade, que o Papa imprime com a sua influência, pode nos dar um caminho de esperança.”
A Jornada Mundial de Oração pela Paz foi apresentada na manhã desta terça-feira (13) na Sala Marconi da Rádio Vaticano. Para o presidente da Comunidade de Santo Egídio, Marco Impagliazzo, o evento em Assis ajuda a aceitarmos com coragem os novos desafios:
“Mais que um mundo que piorou, o mundo vive novos desafios porque entramos no tempo da globalização, que nos faz viver juntos, e do terrorismo, que, ao contrário, quer nos dividir. Então, estaremos em Assis bem para isso: para buscar essa unidade contra quem quer nos dividir”.
Por Rádio Vaticano