Mensagem de Fátima não é só convite à conversão, mas também à esperança

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Em encontro com o corpo diplomático na Embaixada de Portugal junto à Santa Sé, o Cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício, assinalou que a mensagem de Fátima não trouxe apenas um chamado à conversão, mas sobretudo um convite à esperança em um período conturbado da história.

O Cardeal Sodano se encontrou com os embaixadores na quarta-feira, 15 de março, no contexto da próxima visita do Papa Francisco à Fátima (Portugal), nos dias 12 e 13 de maio, a propósito das comemorações do centenário das aparições da Virgem Maria.

“O centenário das aparições marianas que ocorreram em Fátima a 1917, leva-nos a refletir o significado deste acontecimento para a Igreja e para o mundo”, afirmou o Purpurado.

Recordar as aparições, sublinhou, permite “refletir e compreender melhor a presença da providência de Deus no meio de nós”.

“Nos trágicos anos da guerra – indicou –, as palavras de Nossa Senhora aos três pastorinhos estavam carregadas de conforto e esperança para a humanidade: ‘No final, o meu coração imaculado triunfará!’”.

Nesse sentido, “na mensagem de Fátima não estava apenas um convite à conversão e oração, mas era igualmente um convite à esperança, lembrando a continuação da presença de Deus entre nós, mesmo nas horas mais trágicas da história”.

Cardeal Sodano, que em 2007 representou o Papa Bento XVI ao presidir a Peregrinação Internacional na celebração dos 90 anos das aparições marianas, salientou ainda que é possível entender a “riqueza do magistério da Igreja sobre a missão da Mãe de Deus e dos santos na realidade da história humana”.

Conforme explicou, há efetivamente uma “consciência pura do desenvolvimento progressivo da devoção mariana ao longo dos séculos”.

O Bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, também participou do encontro com os embaixadores. Ele, por sua vez, recordou que a mensagem de Fátima continua atual e, sobretudo, necessária.

Dom Marto reforçou que a mensagem de Fátima apresenta um “programa espiritual e pastoral para a evangelização, desta vez na companhia e sob a proteção do Coração Imaculado de Maria”.

Também sublinhando o contexto histórico das aparições, o Prelado recordou que “a sombra brilhante de Fátima” abrange o século XX, “talvez o século mais cruel e sangrento da história”. Neste quadro, pontuou, a Virgem Maria aparece em Fátima “como uma visão de paz e uma luz de esperança para a Igreja e o mundo”.

Para o bispo, “provavelmente, só hoje, depois de quase um século, estamos em posição de compreender mais profundamente a verdade, a riqueza e toda a extensão desta mensagem”.

Dom António Marto ressaltou alguns aspectos da mensagem de Fátima e sua relevância para os dias de hoje, como a “afirmação da primazia de Deus”, “fazer regressar o ato de adoração a Deus ao centro da vida da Igreja e do mundo, em contraste com o ambiente de perseguição e, hoje, de ateísmo da indiferença religiosa”.

Além disso, citou outros pontos fundamentais, como o apelo à conversão, à reparação, à oração – de modo especial recitar o Terço –, o compromisso com a paz, a compaixão pelo sofrimento, a devoção ao Imaculado Coração de Maria e a abertura à comunhão católica através da unidade em torno do Papa.

Por ACI Digital