O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado, 4, no Vaticano, cerca de 400 participantes de um congresso internacional organizado pelo Pontifício Conselho da Cultura e a Congregação para a Educação Católica em Roma. “Música e Igreja: culto e cultura, há 50 anos da Musicam sacram” é o tema do evento, que propõe reflexões sobre a música sacra e seus aspectos culturais e artísticos.
O Papa Francisco lembrou-lhes que o primeiro documento elaborado pelo Concílio Vaticano II foi precisamente a Constituição sobre a liturgia Sacrosanctum Concilium. As Instruções nela contidas são atuais, principalmente quando diz: “A ação litúrgica tem uma forma mais nobre se celebrada em canto e com a participação dos fiéis”.
“A participação ativa e consciente consiste em saber penetrar profundamente neste mistério, em saber contemplar, adorar e acolher; em sentir o seu significado, graças especialmente ao religioso silêncio e à ‘musicalidade da linguagem com que o Senhor nos fala’”, disse Francisco.
Para o Papa, o desafio da Igreja neste campo é salvaguardar e valorizar o patrimônio herdado do passado utilizando-o com equilíbrio no presente e evitando o risco de uma visão ‘nostálgica ou arqueológica’.
“A música sacra e o canto litúrgico devem ser plenamente inculturados nas linguagens artísticas e musicais da atualidade, encarnando e traduzindo a Palavra de Deus em cantos, sons e harmonias que façam vibrar o coração de nossos contemporâneos, criando um oportuno clima emotivo, que disponha à fé e suscite o acolhimento e a plena participação no mistério que se celebra”.
Todavia, o Pontífice advertiu os participantes quanto uma “certa mediocridade, superficialidade e banalidade” em detrimento da beleza e da intensidade das celebrações, devido ao encontro com a modernidade e a introdução das línguas faladas na Liturgia.
Neste sentido, segundo ele, músicos e compositores, diretores e coristas, animadores de liturgia, podem contribuir preciosamente com a renovação, principalmente qualitativa, da música sacra e do canto litúrgico. Francisco disse que para favorecer este percurso, é preciso promover uma adequada formação musical, inclusive dos sacerdotes, no diálogo com as correntes musicais dos nossos tempos e com atitude ecumênica
Concluindo o discurso, o Santo Padre afirmou que “a música sacra e o canto litúrgico têm o dever de nos oferecer o sentido da glória de Deus, de sua beleza e de sua santidade que nos envolve como uma ‘nuvem luminosa’”.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano