Os fiéis da Igreja greco-melquita experimentaram o drama que “há muitos anos aflige a Síria e outras áreas do Oriente Médio” por causa do sofrimento “infligido também, ou em certos casos, somente por causa do nome de Jesus”.
Foi o que sublinhou em Haifa o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, durante o encontro com os sacerdotes da Arquieparquia de Akka dos greco-melquitas.
Êxodo dos inocentes
Na segunda e terceira etapa da viagem que está realizando à Terra Santa, o purpurado quis recordar o êxodo de milhares de pessoas obrigadas a fugir e a deixar o que tinham, porque, como a Santa Sagrada Família em Belém, não havia lugar para eles. Mas “esta vez não na hospedaria, mas naquela que até poucas horas antes era a própria casa”.
O sofrimento inocente do povo cristão – comentou o Cardeal – que “em certos casos chegou até mesmo a um verdadeiro martírio, por meio de sequestros ou até mesmo a tortura e a morte”, pela graça do Senhor “torna-se um tesouro de graça para a Igreja inteira, que lava as próprias vestes – às vezes cheias de pó – no sangue do Cordeiro Imolado”.
O Prefeito, depois, observou como existe uma “participação cotidiana e consciente possível para cada um de nós na obra de edificação e santificação da Igreja”, que passa pelos “nossos “sim” cotidianos, ao Senhor antes de tudo, por meio da oração, a celebração dos Sacramentos”, e pelos “nossos “sim” aos irmãos, graças ao ministério da caridade”.
Uma solidariedade concreta pelos mais pobres no sentido material, mas também “pela pobreza interior com que se pode entra em contato”.
Nos países do Ocidente, esta é representada por um estilo de vida “como se Deus não existisse”, enquanto no Oriente poderia existir “o risco de uma pertença confessional forte – “sou cristão, sou católico, sou melquita, armênio, latino, caldeu” – que em alguns casos leva “a viver com um coração e um estilo não exatamente desejoso de um sincero estilo evangélico nas relações internas às comunidades ou com as outras comunidades, entre nós padres, entre nós e o bispo”.
Monte Carmelo
Sucessivamente, o Cardeal visitou a Igreja do Monte Carmelo, onde rezou na gruta do Profeta Elias e encontrou a comunidade das Carmelitas Descalças, provenientes da Terra Santa, da Itália, do Peru, de Madagascar e de outros países.
O purpurado deteve-se por um momento em partilha com as religiosas, confiando às suas orações as intenções do Papa Francisco, pela Igreja, e especialmente pelo Oriente Médio.
Nazaré
Após, deslocou-se até Nazaré, junto à Basílica da Anunciação, onde foi acolhido Reitor e Guardião da Basílica da Anunciação, Bruno Varriano e pela comunidade.
O purpurado celebrou Missa em uma capela próxima à gruta da Anunciação, onde recordou o Fiat de Maria e o grande mistério que naquele local é contemplado, detendo-se, em particular, na recordação do Beato Paulo VI.
“Em Nazaré – disse o Cardeal – o sim de Maria foi preparado no silêncio, e no silencio foi guardado o mistério da encarnação, do crescimento de Jesus no escondimento”.
Disto, o convite à sociedade e à Igreja , em meio ao “barulho da comunicação que invade os nossos dias”, a encontrar “o silêncio como lugar fecundo do qual nasce a vida verdadeira e autêntica”.
Por Rádio Vaticano