No início de ano é comum encontrar pessoas que buscam adquirir uma vida mais saudável. Sair da zona de conforto e mudar hábitos alimentares é sempre um desafio para aqueles que querem perder peso. Porém, muito além do emagrecimento, é preciso pensar na saúde e na boa qualidade de vida que tais modificações atrairão.
Segundo o relatório conjunto divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a obesidade atinge cerca de 20% da população adulta do Brasil e a tendência é aumentar, atingindo ainda mais as mulheres e as crianças.
Manter o foco
Para aconselhar essas pessoas que querem fazer uma reeducação alimentar, a especialista em nutrição funcional, Angélica Padilha, explica que primeiramente é preciso manter os pés no chão e começar aos poucos com o novo estilo de vida. “Não adianta ter uma meta muito grande, colocar várias coisas para fazer porque não damos conta. Com a correria do dia a dia é preciso colocar pequenas metas a curto, médio e longo prazo”, diz.
A profissional acrescenta que é preciso manter a organização e o planejamento, porque não é fácil ter uma alimentação saudável nos dias atuais. “Comer comida de verdade, ter alimentação e hábitos de vida saudáveis requer um pouco de cuidado. Não é tão fácil assim, pois não temos muitas coisas disponíveis no mercado, na padaria, então temos que nos organizar e principalmente ter esse cuidado de preparar as coisas em casa”.
Questionada sobre resultados que a boa alimentação acarreta na vida do indivíduo, Angélica observa que para todo aquele que opta por comidas de verdade, com uma dieta balanceada, a chance de acertar o objetivo é muito grande.
“Não importa se ela quer emagrecer, se ela quer tratar alguma doença crônica, ou se a pessoa quer hipertrofiar, mas pensando em saúde em primeiro lugar. Baseia-se em comida de verdade, aquilo que vem da natureza. Todo tipo de legume, verdura, fruta. Todo tipo de gordura natural, azeite, castanha, óleo de coco, abacate, a gordura natural do alimento tipo a gema do ovo, aquela gordurinha da carne, a pelinha do frango, não tem problema consumir esse tipo de gordura porque já está ali naturalmente nos alimentos. As raízes como batata, mandioca, mandioquinha e principalmente proteína como ovos, peixes e carnes”.
Low carb
Atualmente muito se fala da dieta low carb, que significa “baixo teor de carboidratos”. Considerada uma estratégia para perder peso, o propósito desta dieta é diminuir o carboidrato durante das refeições. A nutricionista afirma que durante a reeducação alimentar, qualquer dieta pode se adaptar à low carb.
“A low carb é utilizada como estratégia. Não adianta passar uma dieta de baixo carboidrato para uma pessoa que quer emagrecer e oferecer um refrigerante zero, gelatina diet que não vai ter teor de carboidratos, mas ao mesmo tempo não ofertará nutrientes para esse organismo se equilibrar e promover o emagrecimento como consequência. Então o que dá resultado é a dieta low carb junto com uma dieta baseada com em comida de verdade”.
Como os organismos são distintos, cada pessoa exige um período determinado ao utilizar a estratégia do low carb. Angélica afirma que diante disso, o indivíduo não precisa ficar com uma restrição tão grande de baixo carboidrato pelo resto da vida, mas também não deve voltar a comer como antigamente porque ela vai voltar a ganhar peso.
“Então começa como estratégia por um período, mas acaba tornando um estilo de vida, o que ela vai fazer é manejar um pouco melhor quando e em que situação ela vai comer o alimento que tem o alto teor de carboidrato”.
Chás como auxílio para emagrecer
Outra tendência do momento é o consumo de ervas como meio de auxílio ao emagrecimento. Chá-verde, hibisco, cavalinha e outros chás são recomendados para o dia a dia, mas existem formas corretas para utilizá-los.
“Cada chá tem um tipo de função, então o interessante é variar. Por exemplo, uma pessoa que quer emagrecer e é ansiosa pode usar o chá de cavalinha e associar com a camomila, para diminuir a ansiedade. Para o detox, então é bom variar com o chá-verde, mas nunca usar a mesma erva todos os dias por um longo período”, explica, acrescentando que um alimento, mesmo que seja bom, consumir em excesso pode fazer efeito contrário.
“O legal é variar três ervas por semana, então pode fazer 800 ml desses chás por dia e aí sim, obterá um controle melhor”, conclui.
Por Canção Nova