Como não poderia ser diferente, o Papa Francisco dedicou a catequese da Audiência Geral à Páscoa: “Cristo ressuscitado, nossa esperança” foi o tema escolhido, com o qual incentivou a ver Cristo Ressuscitado diante dos fracassos da vida e assinalou que o cristianismo é alegria, surpresa e vida.
O cristianismo “não é tanto a nossa busca em relação a Deus, mas a busca de Deus em relação a nós. Jesus nos tomou, nos agarrou e nos conquistou, para não nos deixar jamais. O cristianismo é graça, é surpresa, e por esse motivo pressupõe um coração capaz de receber maravilhas”.
“Aqui está felicidade, alegria e vida, onde todos pensavam que existisse somente tristeza, derrotas e trevas. Deus faz crescer suas flores mais belas em meio às pedras mais áridas”, acrescentou.
Em seguida, Francisco disse: “se olhando para nossa vida vemos que somamos tantos insucessos… na manhã de Páscoa podemos fazer como aquelas pessoas das quais nos fala o Evangelho: ir até o sepulcro de Jesus, ver a grande pedra que foi removida e pensar que Deus está realizando por mim, por todos nós, um futuro inesperado”.
Para sua catequese, o Pontífice se baseou na primeira carta de São Paulo aos Coríntios na qual fala da ressurreição. “Falando aos seus cristãos, Paulo parte de um dado incontestável, que não é resultado de uma reflexão de qualquer homem sábio, mas um fato, um simples fato que interveio na vida de algumas pessoas”.
“O cristianismo nasce daqui. Não é uma ideologia, não é uma corrente filosófica, mas um caminho de fé que parte com um evento testemunhado pelos primeiros discípulos de Jesus”.
“A fé nasce da ressurreição” e “aceitar que Cristo morreu, e morreu crucificado, não é um ato de fé”. Entretanto, “crer que ressuscitou sim é”.
“A nossa fé nasce na manhã de Páscoa” e São Paulo “faz um elenco de pessoas às quais Jesus ressuscitado aparece. Temos aqui uma pequena síntese de todas as narrações pascais e de todas as pessoas que entraram contato com o Ressuscitado”.
O último precisamente é ele mesmo, Paulo, “como o menos digno de todos” e que utiliza a expressão “como um aborto”. O Pontífice recordou que Paulo se autodenomina assim “porque sua história pessoal é dramática: ele era um perseguidor da Igreja, orgulhoso das próprias convicções; sentia-se um homem poderoso, com uma ideia muito clara do que era a vida com seus deveres”.
Mas, “um dia aconteceu o que era absolutamente imprevisível: o encontro com Jesus Ressuscitado, no caminho de Damasco”.
“Ser cristãos significa não partir da morte, mas do amor de Deus por nós, que derrotou a nossa grande inimiga. Deus é maior do que o nada, e basta somente uma vela acesa para vencer a mais escura das noites”.
Francisco explicou, então, que isso “é o núcleo central da fé”. “Se, de fato, tudo tivesse terminado com a morte, nele teríamos um exemplo de dedicação suprema, mas isto não poderia gerar a nossa fé”.
Por ACI Digital