O desemprego é atualmente um dos mais graves problemas sociais que o Brasil enfrenta agravados pela crise econômica e política. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o país registou 13,7 milhões de brasileiros desempregados, um aumento de 11,2% em relação ao trimestre anterior (12,3 milhões). Os dados são referentes ao trimestre terminado em fevereiro de 2018 e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
Ainda segundo a pesquisa, apesar de a economia estar dando sinais de melhora, inclusive com a abertura de postos de trabalho, 12,6% da força de trabalho do país estava em busca de trabalho, ou seja, pessoas que tomaram alguma providência para procurar trabalho.
A população ocupada (90,6 milhões) caiu 1,7% em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2017, quando era de 92,1 milhões. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando havia 88,9 milhões de pessoas ocupadas, o crescimento foi de 1,8%.
Assim, o nível da ocupação (53,6%) caiu 0,9 ponto percentual frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2017 (54,5%). Em relação a igual trimestre de 2017, quando o nível da ocupação foi de 53,1%, a variação foi positiva (0,5 p.p).
Oficialmente, desempregado é aquela pessoa que procura trabalho e não encontra. A falta de emprego tem causado muitos danos sociais como a perda de qualidade de vida, a capacidade de sustento da família e passa a não produzir. Muitas vezes, para sobreviver o trabalhador se sujeita a um emprego informal sem qualquer direito trabalhista.
Coragem que vem da fé
Para o arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo enfrentar essa difícil situação do desemprego sem perder a esperança não é tarefa fácil, mas é preciso ter uma coragem que vem da fé.
“A fé em Jesus e as lições do Mestre são decisivas para que não haja desânimo diante dos mais adversos cenários, o que inclui a atual situação do desemprego. Mas a fé e a esperança constituem, justamente, o ‘ponto de partida’ para que o ser humano consiga se reerguer e encontrar novas oportunidades”.
Os dados apurados pela Pnad Contínua, do IBGE, indicam que população desocupada (13,1 milhões) aumentou 4,4%, ou seja, mais 550 mil pessoas em relação ao trimestre anterior (12,6 milhões). Já em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (dez 2016/fev 2017), quando havia 13,5 milhões de desocupados, houve queda (-3,1% ou menos 426 mil pessoas nesta situação). Esses números estão diretamente ligados ao momento difícil que o país vem enfrentando na economia, na política, nos valores éticos e morais.
Reforma cidadã
Segundo dom Walmor, o Brasil pode ser um país mais justo, fraterno e solidário, mas, para isso, necessita de uma profunda reforma cidadã.
O bispo chama a atenção para o fato de que o povo brasileiro é guardião de muitas riquezas – naturais, históricas, culturais, a religiosidade, entre tantas outras, que é preciso, com urgência, agir para fazer chegar um tempo novo. Isso significa exercer a cidadania a partir de valores inegociáveis que levem todos à busca pelo bem comum.
“Os brasileiros poderão fazer escolhas mais acertadas, em momentos decisivos – a exemplo do período eleitoral que se aproxima. É preciso estar atento para escolher líderes qualificados, servidores do povo. Muita atenção também para identificar quem dedica-se apenas a interesses partidários ou de pequenos grupos privilegiados, preocupados apenas em acumular riquezas e vantagens, ” ressalta.
Diante desse drama do desemprego, o que dizer a tantas pessoas que não conseguem emprego diante da situação atual do país? Dom Walmor é categórico: Não percam a esperança e não desanimem.
“A vida pode apresentar obstáculos, mas com fé, dedicação e coragem podemos superá-los. O trabalho digno é fundamental para o ser humano, caminho para o desenvolvimento social. É compromisso cristão trabalhar para que todos tenham uma vida digna, reconhecendo que cada pessoa é filho ou filha de Deus. Por isso mesmo, os brasileiros são convocados a exercer bem a cidadania, para que tenhamos, em futuro breve, um país que ofereça mais oportunidades para todos”, conclui.
Fonte: CNBB