O Papa Francisco presidiu nesta quinta-feira, 29, a Santa Missa na solenidade dos santos apóstolos Pedro e Paulo, com o rito da entrega do pálio aos arcebispos metropolitanos nomeados no último ano.
O Papa Francisco celebrou a missa com os arcebispos metropolitanos nomeados no último ano. São 36 no total, 5 dos quais provenientes do Brasil: Dom Júlio Akamine, de Sorocaba, Dom João José da Costa, de Aracaju, Dom Delson Pereira da Cruz, da Paraíba, Dom Orlando Brandes, de Aparecida, e Dom Geremias Steinmetz, de Londrina (que não estava presente).
Na cerimônia, o Papa abençoou e entregou o pálio aos novos arcebispos.Desde 2015, esta faixa não é mais colocada pessoalmente pelo Papa nos ombros dos arcebispos; a imposição é realizada nas respectivas arquidioceses pelo Núncio Apostólico no país.
A homilia de Francisco teve como base três palavras presentes na liturgia de hoje: confissão, perseguição e oração. Essas palavras, segundo o Papa, são essenciais para a vida do apóstolo.
A confissão refere-se à resposta de Pedro quando Jesus pergunta “E vós, quem dizeis que Eu sou?”. Pedro responde que Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo. “Esta é a confissão: reconhecer em Jesus o Messias esperado, o Deus vivo, o Senhor da nossa própria vida”.
Essa é uma pergunta dirigida também hoje a todos, disse o Papa, em especial aos pastores. “Com São Pedro, também nós renovamos hoje a nossa opção de vida como discípulos e apóstolos; passamos novamente da primeira à segunda pergunta de Jesus, para sermos ‘seus’ não só por palavras, mas com os fatos e a vida”.
Sobre a perseguição, Papa Francisco lembrou que não só Pedro e Paulo deram o sangue por Cristo, mas, nos primeiros tempos, toda a comunidade foi perseguida. E essa é uma realidade presente ainda hoje no mundo. “Muitos cristãos são marginalizados, caluniados, discriminados, vítimas de violências mesmo mortais, e não raro sem o devido empenho de quem poderia fazer respeitar os seus direitos sagrados”.
O Santo Padre destacou que sem a cruz não há sequer o cristão: é próprio da vida cristã não só fazer o bem, mas saber suportar o mal, disse o Papa citando Santo Agostinho. “Suportar o mal não é só ter paciência e prosseguir com resignação; suportar é imitar Jesus: é carregar o peso, levá-lo aos ombros por amor d’Ele e dos outros. É aceitar a cruz, prosseguindo confiadamente porque não estamos sozinhos: o Senhor crucificado e ressuscitado está conosco”.
A terceira palavra que o Papa destacou na homilia foi a oração, qualificando-a como água indispensável que alimenta a esperança e faz crescer a confiança. “A oração é a força que nos une e sustenta, o remédio contra o isolamento e a autossuficiência que levam à morte espiritual. Com efeito, o Espírito de vida não sopra, se não se reza; e, sem a oração, não se abrem as prisões interiores que nos mantêm prisioneiros”.
Na conclusão da homilia, Francisco deixou sua saudação à delegação do patriarcado ecumênico, que o Patriarca Bartolomeu enviou à Roma para esta solenidade em sinal de comunhão apostólica.
Por Canção Nova, com Boletim da Santa Sé e Rádio Vaticano